Viagra, o promissor candidato para tratar e prevenir a doença de Alzheimer

7 dez 2021, 11:17
Viagra

Estudo computacional de larga escala analisou dados de mais de sete milhões de pacientes e permitiu concluir que o Sildenafil, o princípio ativo do medicamento para tratar a disfunção erétil, pode ser promissor na prevenção e tratamento da doença mental

Promissor, é assim que um novo estudo avalia o tratamento e prevenção da doença de Alzheimer com Sildenafil, o princípio ativo do Viagra, medicamento usado para tratar a disfunção erétil.

Na origem desta conclusão está um estudo computacional, conduzido pela Cleveland Clinic, centro médico de investigação norte-americano, publicado, segunda-feira, na revista de saúde Nature Aging

Primeiro, os investigadores selecionaram os medicamentos aprovados pela FDA, o regulador norte-americano, como potenciais terapias para a Alzheimer, e, depois, analisaram dados de mais de sete milhões de pacientes, concluíndo que aqueles que tomavam Sildenafil tinham menos 69% de probabilidades de desenvolver a doença do que aqueles que não tomavam este fármaco. 

"Descobrimos que o uso de Sildenafil reduziu a probabilidade de Alzheimer em indivíduos com doença arterial coronária, hipertensão e diabetes tipo 2, que são comorbidades significativamente associadas ao risco da doença, bem como naqueles sem”, sublinhou o médico Feixiong Cheng, que liderou o estudo.

Um entre 1.600

Para chegarem ao Sildenafil, entre mais de 1.600 medicamentos aprovados pela FDA, introduziram marcadores genéticos e biológicos, assinalando os fármacos que têm como alvo as proteínas amiloide e tau, biomarcadores da doença de Alzheimer.

“O Sildenafil, que demonstrou melhorar significativamente a cognição e a memória em modelos pré-clínicos, apresentou-se como o melhor candidato a medicamento”, disse Cheng.

Cheng lembrou ainda que estudos recentes mostravam já que "a interação entre a amiloide e a tau contribuem mais para a doença de Alzheimer do que individualmente".

“Portanto, formulámos a hipótese de que os medicamentos que visam a interseção da rede molecular dos endofenótipos amiloide e tau devem ter o maior potencial de sucesso”, explicou.

Os cientistas da Cleveland Clinic descobriram também que compreender os endofenótipos (subtipos) de doenças neurodegenerativas, como a Alzheimer, pode ajudar a revelar mecanismos subjacentes comuns que permitam o reaproveitamento de medicamentos.

"Como as nossas descobertas apenas estabelecem uma associação entre o uso de Sildenafil e a redução da incidência da doença de Alzheimer, vamos agora planear um ensaio clínico para testar a causalidade e confirmar os benefícios clínicos do Sildenafil. Também pretendemos que a nossa abordagem seja aplicada a outras doenças neurodegenerativas, incluindo a doença de Parkinson e a esclerose lateral amiotrófica, para acelerar o processo de descoberta de medicamentos”, antecipou, ainda, o investigador.

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