Liga Europa: Sp. Braga-Sheriff, 2-0 (3-2 gp) (crónica)

Bruno José Ferreira , Estádio Municipal de Braga
24 fev 2022, 22:57

Guerreiros sobem a montanha, e impõem a sua lei em onze metros

O Sp. Braga está nos oitavos-de-final da Liga Europa. Na pedreira os guerreiros impuseram a sua lei perante o Sheriff em mais uma noite europeia de sonho. A tarefa era difícil, da Moldávia a equipa lusa trazia dois golos de desvantagem, mas anulou essa desvantagem ainda no primeiro tempo e resolveu a questão nas grandes penalidades.

A equipa portuguesa demonstrou ter mais atributos do que o hexacampeão moldavo e entrou com uma força tremenda, encostando o Sheriff às cordas até empatar o jogo com golos de Iuri Medeiros e Ricardo Horta. O jogo ficou incaracterístico e arrastou-se até às grandes penalidades, de forma penalizadora para um Sp. Braga mais audaz.

Da marca dos onze metros Matheus não deixou que essa distância fosse suficiente para travar a escalada já protagonizada pelos bracarenses. Susteve duas grandes penalidades foi preponderante para o triunfo que faz o Sp. Braga avançar na competição. O resultado em Tiraspol foi apenas um percalço, confirmado esta noite.

Montanha escalada em meio tempo

A tarefa bracarense, sabia-se à partida, era complicada. Mas, nada que o estatuto europeu do Sp. Braga não tivesse argumentos para contrariar. Disso mesmo deu conta André Horta logo aos sete minutos com um forte remate ao poste da baliza moldava. Com várias oportunidades de golo no arranque do encontro, cedo se percebeu que era uma questão de tempo até as redes abanarem.

Esse momento chegou ao minuto dezassete numa fina jogada de recorte técnico da equipa de Carlos Carvalhal. Ricardo Horta serviu Iuri Medeiros para o atacante desviar de primeira. Sem direito a festejos, o foco arsenalista foi desde logo o segundo. A equipa lusa foi rapidamente buscar a bola ao fundo das redes para retomar o jogo.

Seguiram-se mais tentativas de golo, numa primeira meia hora sufocante do Sp. Braga. Pelo meio vale a falha de Addo na finalização quando esteve isolado na cara de Matheus e a defesa monstruosa do guarda-redes quando Yansane também lhe apareceu pela frente. Já numa fase em que o assédio bracarense era mais comedido, em cima do intervalo, os guerreiros igualaram a eliminatória. Uma vez mais a sociedade Iuri e Horta a funcionar, inverteram-se os papeis, manteve-se a nota artística coletiva do Sp. Braga.

Risco calculado até aos onze metros

Depois da subida à montanha e de igualar o adversário na eliminatória, o ritmo imposto ao jogo pelo Sp. Braga decresceu. Foi evidente no segundo tempo a maior dos de calculismo de parte a parte. Falharam-se menos passes porque o risco foi mais doseado, mas também foram menores os lances de perigo.

Um rasgo aqui, um lance de maior perigo ali, os fogachos que se fizeram sentir não foram suficientes para evitar que tivesse de se jogar mais meia hora. O prolongamento foi inevitável face à inoperância das duas equipas na segunda metade, sobretudo do Sp. Braga, que na na primeira parte criou diversas oportunidades.   

Mais meia hora de futebol trouxe incerteza e medo de errar ao Municipal de Braga. Nenhuma das equipas quis comprometer o que estava feito: o Sheriff não quis hipotecar ainda mais o que tinha feito na 1.ª mão, o Sp. Braga não quis por em causa o igualar da eliminatória.

Teve de se resolver nos penáltis e aí já se sabe quem foi o herói. Matheus segurou dois penáltis, Moura teve o papel de arrumar com a questão no penálti decisivo, fazendo eclodir a pedreira. A lei que imperou foi a do xerife guerreiro. A caminhada europeia prossegue...

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