Shein exige a fornecedores que acabem com os longos dias de produção e investe na melhoria das condições de trabalho

CNN , Juliana Liu
8 dez 2022, 16:00
Shein pede aos fornecedores para acabarem com os longos dias de trabalho nas fábricas até ao final do mês (CNN Internacional)

Os trabalhadores de uma das fábricas trabalhavam 13,5 horas por dia, apenas com dois a três dias de folga por mês. Noutra fábrica, verificou-se que os colaboradores trabalhavam 12,5 horas por dia, sem horário fixo para dias de folga

A Shein, a marca chinesa de fast fashion que esteve no centro de recentes controvérsias em torno de alegados abusos dos direitos laborais, garante que prevê investir 15 milhões de dólares para melhorar as condições de trabalho nas fábricas suas fornecedoras.

O dinheiro será gasto durante os próximos três a quatro anos para modernizar fisicamente centenas de fábricas pertencentes aos seus fornecedores, afirmou a empresa num comunicado emitido na passada segunda-feira. 

A Shein é uma loja online que vende o seu vestuário de fast fashion a preços reduzidos em todo o mundo. Em outubro, o Channel 4 do Reino Unido transmitiu um documentário que fazia alegações de exploração laboral contra dois dos fornecedores das fábricas da Shein na China. Os colaboradores trabalhavam alegadamente 18 horas por dia, ganhando poucos cêntimos por artigo. A CNN não verificou as alegações de forma independente. 

Na sua declaração, a Shein afirmou que as auditorias realizadas por peritos independentes tinham refutado a maior parte das alegações. Mas a investigação veio provar que os trabalhadores de dois dos seus fornecedores trabalhavam mais horas do que o permitido pelas regras locais. 

Os trabalhadores de uma das fábricas trabalhavam um máximo de 13,5 horas por dia, apenas com dois a três dias de folga por mês. Noutra fábrica, verificou-se que os colaboradores trabalhavam 12,5 horas por dia, sem horário fixo para dias de folga. 

“Embora estes sejam significativamente inferiores ao alegado no documentário, continuam a ser superiores aos regulamentos locais”, afirma-se na declaração, acrescentando-se que ambos os fornecedores têm até ao final de dezembro para corrigir a situação ou a empresa “conserva o seu direito de tomar medidas contra os mesmos.” 

A Shein declarou que, por enquanto, reduziu as encomendas dos dois produtores em três quartos. 

A empresa negou outra alegação de pagamento insuficiente de salários feita no referido documentário, alegando que os salários dos seus fornecedores eram “significativamente” mais elevados do que o salário mínimo local. 

“As alegações de que as fábricas retêm os salários dos trabalhadores ou deduzem ilegalmente os salários também são falsas. Todos os salários são pagos no final do mês contratado e em conformidade com as leis e regulamentos locais”, afirma-se na mesma declaração. 

Após terem tido conhecimento destas alegações, os Rolling Stones pediram a cessação de uma linha de vestuário que a Shein tinha com a banda, de acordo com o Independent e outras reportagens dos meios de comunicação social. 

A Shein foi fundada na China em 2008 sob o nome ZZKKO pelo empresário Chris Xu. Quando surgiu, a empresa vendia apenas vestidos de noiva. 

Em 2015, a empresa reformulou a marca alterando o nome para Shein. Compete com a Zara, da Inditex, e a H&M para clientes que querem as últimas tendências por valores menos elevados.

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