Esta tecnologia foi criada para vigiar baleias. Agora vai localizar submarinos russos em águas europeias: "Iluminará os oceanos"

14 mai, 17:46
SG-1 Fathom Luna (Helsing)

Ferramenta assenta num modelo acústico de larga escala e vai permitir a deteção "com grande precisão" de objetos subaquáticos, incluindo submarinos e outros navios, tendo por base a sua frequência sonora

A deteção de submarinos russos em águas europeias deverá ficar mais fácil nos próximos tempos. É essa a expectativa dos aliados da NATO após a apresentação de um drone de vigilância subaquático.

Da autoria da empresa de defesa alemã Helsing, o SG-1 Fathom vai poder realizar missões com a duração de até três meses. No centro do sistema está a ferramenta de inteligência artificial Lura, desenvolvida pela própria Helsing e que incorpora tecnologia desenvolvida originalmente para o acompanhamento de baleias no oceano.

Esta ferramenta, explica a empresa em comunicado divulgado esta terça-feira, assenta num modelo acústico de larga escala e vai permitir a deteção “com grande precisão” de objetos subaquáticos, incluindo submarinos e outros navios, tendo por base a sua frequência sonora.

“A utilização de um modelo acústico de grande escala pelo Lura permite-lhe detetar assinaturas acústicas 10 vezes mais silenciosas do que outros modelos de IA, diferenciando mesmo entre navios específicos da mesma classe, e a uma velocidade até 40 vezes mais rápida do que os operadores humanos”, pode ler-se na nota publicada pela Helsing.

Na semana passada, a empresa exibiu as capacidades da tecnologia numa demonstração para parceiros e eventuais clientes na Base Naval de Portsmouth, no sul de Inglaterra. A Helsing espera implementar o sistema ainda este ano.

“O Lura e o SG-1 Fathom podem ser rapidamente destacados - como um serviço contratado ou operado pelas próprias marinhas - em quaisquer áreas de importância estratégica, desde o Mar do Norte e o Báltico até aos oceanos profundos do Atlântico e do Indo-Pacífico”, diz a empresa alemã.

Também na nota, o co-CEO da empresa, Gundbert Scherf, afirmou que este sistema é necessário para “acompanhar o ritmo das ameaças contra as nossas infraestruturas críticas, as águas nacionais e o nosso modo de vida”.

“A implantação da IA no limite das constelações submarinas iluminará os oceanos e dissuadirá os nossos adversários, em prol de uma Europa forte”, disse Scherf.

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