Seul detém ex-oficiais por encobrimento de assassínio por parte do Norte

Agência Lusa , AM
22 out 2022, 09:18
Bandeira Coreia do Sul e Japão

Crime aconteceu em 2020

O ex-ministro da Defesa e um antigo chefe da guarda costeira da Coreia do Sul foram este sábado detidos pelo alegado encobrimento de provas do assassínio de um oficial sul-coreano por soldados do Norte em 2020.

As detenções acontecem após o governo do presidente conservador Yoon Suk Yeol ter alargado as investigações sobre incidentes na fronteira entre os dois países, que o anterior executivo do liberal Moon Jae-in terá desvalorizado numa tentativa de melhorar os laços diplomáticos com a Coreia do Norte.

O Tribunal Distrital Central de Seul aceitou este sábado os pedidos dos procuradores de mandados de prisão contra o ex-ministro da Defesa Suh Wook e o antigo comissário da Guarda Costeira Kim Hong-hee, considerando que existe risco de que destruam provas ou fujam do país.

O Partido Democrata, na oposição, tem defendido que as investigações estão a ser conduzidas por vingança política de Yoon Suk Yeol contra o antecessor, Moon Jae-in.

A Procuradoria do Distrito Central de Seul estava a investigar Suh Wook e Kim Hong-hee por suspeita de abuso de poder e falsificação de documentos relacionados com o caso de 2020. Suh Wook enfrenta ainda uma acusação adicional de destruição de registos.

Na semana passada, o Conselho de Auditoria e Inspeção da Coreia do Sul exigiu que os promotores investigassem 20 pessoas, incluindo Suh e Kim, por supostamente encobrirem fatos importantes relacionados com o caso de 2020.

O Conselho disse que uma investigação revelou que o governo de Moon Jae-in não fez qualquer tentativa significativa de resgatar Lee Dae-jun, depois de saber que o oficial de pesca de 47 anos estava à deriva em águas perto da fronteira marítima com a Coreia do Norte.

Depois de confirmar que Lee foi morto a tiro por tropas norte-coreanas, as autoridades disseram publicamente que o oficial expressou o desejo de desertar, devido a dívidas de jogo e problemas familiares, tendo retido provas que negavam essa teoria, disse o Conselho.

Segundo o relatório da investigação, Suh Wook recebeu ordens superiores para excluir cerca de 60 relatórios de inteligência militar relacionados com o incidente, enquanto o governo debatia como explicar a morte de Lee ao público.

O Conselho também disse que a guarda costeira, sob o comando de Kim Hong-hee, manipulou os resultados das simulações da deriva de Lee para reforçar a alegação de que ele tentou desertar.

Em junho, semanas depois de Yoon Suk Yeol assumir o cargo, o Ministério da Defesa e a guarda costeira mudaram a descrição do incidente, dizendo que não havia provas de que Lee Dae-jun tinha tentado desertar.

Em julho, o Serviço Nacional de Inteligência sul-coreano apresentou acusações contra dois ex-diretores durante o governo de Moon Jae-in por alegações semelhantes, incluindo abuso de poder, destruição de registos públicos e falsificação de documentos.

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