140 mil euros em dois anos: Sérgio Figueiredo vai receber mais do que Medina como consultor do Ministério das Finanças

10 ago 2022, 23:30

Antigo jornalista e diretor da Fundação EDP vai auferir 5832 euros mensais brutos, cerca de mil euros mais do que o salário do ministro das Finanças. Ministério diz que diferença se justifica pelo facto de Figueiredo só receber durante 12 meses por ano

Sérgio Figueiredo, antigo diretor de informação da TVI que foi contratado como consultor do Ministério das Finanças, vai receber um salário superior a Fernando Medina, que tutela a pasta, auferindo um rendimento bruto em 24 meses de 139.90 mil euros.

O salário do antigo jornalista vai equivaler a 5.832 euros mensais, segundo avança o jornal Público, um valor superior a vencimento bruto de 4.767 euros que os ministros recebem todos os meses.

Na altura, quando confirmou a contratação, o Ministério das Finanças tinha explicado que Sérgio Figueiredo iria receber “uma remuneração equiparada e limitada ao vencimento base do ministro”. No entanto, o valor final regista uma diferença de mais de mil euros a mais do que Medina. 

Segundo referiu o Ministério das Finanças ao jornal, a diferença entre o valor inicialmente avançado e aquele que consta do contrato que será assinado nos “próximos dias” é explicado pelo facto de o também antigo diretor da Fundação EDP só auferir 12 meses por ano e não os 14 a que os ministros têm direito.

A contratação de Sérgio Figueiredo como consultor para avaliar o impacto das políticas públicas recebeu críticas fortes por parte da oposição. Pedro Filipe Soares, líder da bancada do Bloco de Esquerda, disse existir neste contrato “uma troca de favores”, já o deputado social-democrata Duarte Pacheco sublinhou que o episódio revela uma relação promíscua entre o governo e o PS, num caso de "defendem-me hoje e eu trato da tua vida amanhã".

Também a Iniciativa Liberal exigiu esclarecimentos ao Ministro das Finanças, com Carlos Guimarães Pinto a referir que Fernando Medina tem de explicar “que características é que Sérgio Figueiredo tem para justificar essa escolha?”
 

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