Martínez muda tanto... e pouco surpreende
Ah, como é diferente o ar que se respira no seio da seleção!
Tão diferente que, quase 25 anos depois, Portugal volta a vencer no início da qualificação para um Europeu. É verdade: desde 1998 que não acontecia.
E fê-lo à grande e à… espanhola.
Na estreia como selecionador de Portugal, Roberto Martínez viu a sua equipa golear a frágil equipa do Liechtenstein por 4-0.
Fê-lo numa vitória sem sombra de contestação e que começou a ser construída logo no minuto oito.
E mesmo mudando muito, desde logo o sistema de jogo, Martínez não surpreendeu por aí além.
Tal como se esperava, o treinador espanhol mudou o sistema para uma linha de três centrais. Como era previsível, lançou o estreante Gonçalo Inácio, que está habituado a jogar dessa forma no Sporting. E Cristiano Ronaldo também se manteve no onze inicial, para se tornar no jogador mais internacional da história das seleções.
Só mais um recorde, portanto.
Talvez mais inesperado tenha sido o auto do primeiro golo da «era Martínez»: João Cancelo.
O lateral que (fez um jogaço!!) abriu o marcador bem cedo no jogo e lançou a seleção para uma primeira parte de domínio total… e algum desperdício.
Ao intervalo, o resultado era o indicador mais equilibrado da partida. Em tudo o resto, Portugal dava um arraso.
Na segunda parte, porém, os golos não tardaram. Bernardo Silva apontou o 2-0 aos 47m e Cristiano Ronaldo marcou de penálti quatro minutos depois.
E como a fome do capitão da seleção nacional não tem limites, aos 63m bisou para fixar o resultado final, num potente livre direto.
Sim, esta «nova energia» que Ronaldo dissera na véspera que se sente no seio da seleção com a chegada de Roberto Martínez deu até para o público português voltar a ver um golo de livre direto de Ronaldo, que chegou a uns estratosféricos 120 golos por Portugal.
Também não é grande novidade.
Depois, mesmo com uma vantagem larga, Portugal manteve-se instalado em frente à área adversária e não ampliou mais o marcador porque não calhou. Porque não calhou mesmo. Porque oportunidades não faltaram.
Como dizia o ditado mesmo? «De Espanha, nem bons ventos...» No futebol, a história parece ser diferente. Pelo menos a avaliar pela primeira aragem.