Os melhores jogadores de 84 e 2000 A dias da segunda meia-final da História do futebol português num Campeonato da Europa, qual seria a Selecção ideal portuguesa se fosse possível escolher entre jogadores de 84 (a primeira meia-final) e 2000 (a segunda)? Toni respondeu ao desafio do Maisfutebol, faz as escolhas e dá as explicações.
Maisfutebol desafiou Toni a construir o melhor «onze» português tendo por base os únicos jogadores que se qualificaram para as meias-finais de um Europeu. Ou seja, os futebolistas que compõem a selecção que disputa o Euro-2000 e os que integraram a equipa que participou no Campeonato da Europa de França, em 1984.
Toni é um treinador particularmente bem colocado para escolher tal «onze». Em 1984 integrava a equipa técnica que esteve em França e depois disso treinou e/ou defrontou praticamente todos os futebolistas que estão no Euro-2000.
A escolha do último técnico campeão pelo Benfica foi particularmente difícil por se tratar de jogadores que deixaram uma marca forte no seu tempo e escreveram alguns dos melhores episódios da história do futebol português. Uns na década de 80, outros nos anos 90 e transição do milénio. O que se segue é um exercício. Infelizmente para todos os treinadores, apenas isso, pois nunca será possível ver esta equipa (que Toni armou em 4x1x3x2) entrar em campo. Que pena¿
«Escolher entre Bento e Vítor Baía é extremamente complicado, pois estamos a falar de dois grandes guarda-redes. No meu entender, Bento era melhor a sair dos postes, graças a uma agilidade espantosa. Daí a minha opção.»
«Capitão do F.C. Porto, era um jogador muito forte fisicamente, de uma entrega enorme e possuidor de grande «élan». A palavra classe, se aplicada a João Pinto, seria excessiva para o descrever, mas não restam dúvidas sobre a influência que teve naquele período do futebol português.»
FERNANDO COUTO e JORGE COSTA (2000)
«Estamos perante um casamento amadurecido. De um lado Fernando Couto, um futebolista impetuoso que encontrou o seu ponto de equilíbrio. Do outro Jorge Costa, uma «rocha», alguém que transporta do clube que representa para a selecção todas as características que o distinguem. Juntos têm sido a base de sustentação da equipa.»
«Apesar de Dimas ser um esquerdino e ter estado melhor frente à Turquia, escolho Álvaro. Acompanhei a sua evolução desde os tempos da Académica. Era um lateral que fazia da raça e da entrega as grandes armas. Depois, teve a sorte de jogar com Chalana à frente¿»
«Jaime Pacheco está pelo menos ao nível do melhor Paulo Sousa. Infelizmente, Paulo Sousa ainda não conseguiu jogar ao seu melhor neste Euro. Recordo que Jaime Pachceo era muito evoluído tacticamente, um descanso para qualquer treinador. Em relação a Paulo Sousa ou Paulo Bento, tinha ainda duas outras vantagens: maior poder físico e capacidade técnica um pouco superior.»
«Depois de Eusébio, Figo é o único futebolista português com possibilidade de ver o seu nome apontado como um dos melhores do Mundo. Esse facto diz tudo.»
«É o fantasista. Já o era no Benfica, aprendeu e cresceu muito no futebol italiano. Considero-o um dos melhores jogadores no Mundo nesta posição.»
«Fernando Chalana pertence à elite do futebol mundial, está entre os jogadores que nunca deveriam acabar. O meu nível de apreciação é muito exigente, mas estou à vontade para dizer que Chalana foi, depois de Eusébio, o português que melhor vi jogar.»
«Escolha muito difícil entre Jordão e João Pinto. As qualidades de ambos equivalem-se, mas acho que apesar de tudo Jordão conseguia ser mais objectivo. Por isso marcava mais golos, o que é decisivo na minha opção.»
FERNANDO GOMES (1984)
«Outra escolha difícil, até porque Fernando Gomes nem sequer foi dos jogadores mais utilizados por nós. Aconteceu assim devido ao sistema de jogo dessa equipa. Apesar desse facto e do valor de Nuno Gomes, escolho Fernando Gomes, o exemplo acabado de um goleador. No entanto, Nuno Gomes merece mais algumas palavras. Confesso que antes do Euro o via como um «corpo estranho» nesta equipa. Não por admirar menos as suas capacidades, apenas por ter dúvidas sobre a integração de um ponta-de-lança na selecção. Pois bem, o Nuno, fazendo uso da escola que indiscutivelmente possui, integrou-se e superou as expectativas, realizando até o momento um Campeonato da Europa de muito bom nível.»