Euro2024: Luxemburgo-Portugal, 0-6 (crónica)

26 mar 2023, 21:59

Asas novas e muita cabeça

Alegria, entusiasmo e explosão, eis a seleção de Roberto Martínez em todo o seu esplendor. Depois do primeiro ensaio em Alvalade, frente ao Liechtenstein, Portugal soltou-se este domingo e, com asas novas, precisou apenas de vinte minutos de fulgor para marcar os mesmos quatro golos que tinha marcado no primeiro jogo. Depois acrescentou mais dois na segunda parte, já em modo de gestão, e ainda desperdiçou um penálti. Seis golos, mas apenas Cristiano Ronaldo e Rafel Leão marcaram com os pés. João Félix, Bernardo Silva e Otávio usaram todos a cabeça. Os emigrantes portugueses podem ir trabalhar com um sorriso largo este segunda-feira no Luxemburgo.

Roberto Martínez tinha anunciado que precisava de «jogadores frescos», face aos poucos dias de recuperação, depois do primeiro jogo, mas fez apenas três alterações, todas na defesa, lançando António Silva para o lugar de Gonçalo Inácio, mantendo assim um representante da liga portuguesa no onze, além de refrescar as alas, com Diogo Dalot e Nuno Mendes, fresquinhos, a renderem João Cancelo e Raphael Guerreiro nos corredores.

O jogo começou com um ritmo baixo, com Portugal em fase de estudo, a tirar apontamentos sobre o posicionamento do adversário, que também jogou com três centrais, sobre as movimentações, com uma saída a quatro e até permitiu ao adversário o primeiro remate do jogo, assinado por Vincent Thill. Depois acabou-se a brincadeira. Ainda com o minuto nove a decorrer, Bruno Fernandes deu início às hostilidades, com um cruzamento da direita para entrada de Nuno Mendes junto ao segundo poste. O lateral amorteceu de cabeça e Cristiano Ronaldo, na pequena área, só teve de aconchegar a bola para a abrir o marcador.

O Luxemburgo, que defendia com duas linhas, desfez-se como um baralho de cartas. Volvidos seis minutos, Bernardo Silva, com espaço sobre a direita, cruzou para o segundo poste onde estava João Félix a assinar o segundo de cabeça. O jogador do Chelsea cruzou os braços e sorriu. Mais três minutos e novo golo, agora com João Palhinha a reparar na desmarcação supersónica de Bernardo Silva e a colocar-lhe a bola, bem medida, para o pequeno génio marcar de cabeça (!). Dava para tudo.

Nesta altura, a festa dos portugueses nas bancadas já era total e Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa, com o Grão-Duque ao meio, eram os mais contidos. Cada vez que o Luxemburgo procurava reagir a um golo, sofria outro. Portugal pressionava alto, recuperava facilmente a bola e criava perigo. Foi assim o quarto golo, à passagem da meia-hora. João Félix recuperou uma bola, abriu para Bruno Fernandes que, por sua vez, estendeu a passadeira para Cristiano Ronaldo bisar no jogo. Estava feito, em apenas trinta minutos, o jogo estava decidido. A fechar o primeiro tempo, João Félix combinou com Ronaldo e ficou a centímetros de também bisar.

Baralha tudo, novo jogo, mais dois golos

Ao intervalo, Luc Holtz, o selecionador do Luxemburgo, assumiu o guião errado e, com três alterações de uma assentada, reequilibrou a sua equipa, passando a defender com uma linha de quatro, fechando melhor os corredores. Portugal não mexeu e voltou a entrar na expetativa, deixando o adversário expor-se em campo. A verdade é que o Luxemburgo entrou bem melhor no segundo tempo e até chegou a ameaçar reduzir a diferença, com destaque para um remate de Vincent Thill que obrigou Patrício a aplicar-se.

Roberto Martínez só mexeu na equipa aos vinte minutos da segunda parte, para lançar Rúben Neves e Gonçalo Ramos, numa primeira fase, e depois Rafael Leão e Otávio, numa segunda. Foi esta segunda vaga que esteve na origem do quinto golo, num lance que começou com uma arrancada de Nuno Mendes que levou tudo à frente antes de soltar a bola para o avançado do Milan que cruzou para Otávio marcar de cabeça. Foi o terceiro golo de cabeça, depois de Félix e Bernardo.

O Luxemburgo voltou a perder o equilíbrio, Rúben Neves, na marcação de um livre, acertou com estrondo na trave, e, logo a seguir, Rafael Leão desperdiçou uma grande penalidade, defendida por Moris. A verdade é que o avançado acabou por redimir-se, três minutos depois, para fixar o resultado final nos 6-0, na sequência de um bom passe de Rúben Neves. Estava fechada a festa.

Roberto Martínez só sabe vencer em jogos de qualificação para as fases finais de Campeonatos da Europa. Já tinha garantido uma qualificação imaculada da Bélgica para o Euro2020, com dez vitórias, 40 golos marcados e apenas três sofridos, uma marca que pode agora melhorar nesta qualificação portuguesa, para já com duas vitórias, dez golos marcados e nem um consentido.

Os seis golos de Portugal:

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