Só 15% dos treinadores são mulheres: «Um fosso que importa corrigir»

20 mar 2023, 14:37
João Paulo Correia (Facebook/João Paulo Correia)

Secretário de Estado da Juventude e do Desporto assume que Portugal está «muito longe da média europeia» e acredita que é necessária uma maior presença feminina nos «lugares de poder»

O secretário de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD), João Paulo Correia, afirmou esta segunda-feira que apenas 15% dos treinadores em Portugal são mulheres e salientou que o desporto precisa de uma maior presença feminina nos «lugares de poder».

«Das 60 modalidades com estatuto de utilidade pública em Portugal, só 15% dos treinadores são mulheres. Estamos muito longe da média europeia. Está aqui um fosso que importa atacar e corrigir. (…) O grande objetivo é que Portugal chegue a 2030 dentro da média europeia, não só nas praticantes, como nas treinadoras, nas dirigentes e nas árbitras», frisou, no seu discurso, durante a cerimónia oficial de abertura do fórum da Associação Nacional de Treinadores de Futebol, em Viana do Castelo.

De acordo com um relatório de 2015 do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, a percentagem de treinadoras na União Europeia já se situava então entre os 20 e os 30%, e o SEJD reconheceu haver «muito caminho pela frente» para reduzir a «desigualdade de representação no futebol e no desporto, em geral».

João Paulo Correia assumiu que a profissão é «uma das mais exigentes» na sociedade, devido à «permanente avaliação e escrutínio» dos adeptos ou da imprensa e, ao mesmo tempo, uma «mais-valia» para o sucesso desportivo dos praticantes.

«Não há atleta que seja uma referência ou que conquista uma prova internacional que não tenha por detrás do sucesso um treinador ou uma treinadora. Sucesso desportivo é sinónimo de bom treinador ou boa treinadora (…) Os treinadores são essenciais na formação, são essenciais no clube de base e na arquitetura do alto rendimento desportivo», salientou.

Por seu turno, o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, Pedro Proença, vincou que o treinador português tem «uma capacidade de inovação e sobrevivência que poucos têm».

«O futebol em Portugal é uma indústria de talento e viveu sempre em torno dos jogadores. Não se tem valorizado o papel do treinador, mas hoje já tem o reconhecimento que lhe é devido. (…) Contamos com profissionais de elite em Portugal», assegurou.

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