Dez leões mortos numa semana. Seca intensifica conflito entre humanos e animais selvagens no Quénia

TVI , FG
15 mai 2023, 11:35
Loonkiito, um dos leões mais velhos do mundo

Os felinos aventuram-se a sair das reservas e, na procura de alimento, aproximam-se das povoações

Dez leões foram mortos no sul do Quénia, na última semana, sendo sábado o dia com maior número casos - seis no total. Estas mortes surgem numa altura em que se intensificam os conflitos entre humanos e animais selvagens, que se aproximam das povoações à procura de alimento.

Trata-se de "um número invulgarmente elevado de leões a serem mortos de uma só vez", disse um porta-voz do Serviço de Vida Selvagem do Quénia (KWS) à CNN.

Esta notícia surge depois do anúncio da morte de Loonkiito, um dos leões mais velhos de África. Segundo a organização de conservação Lion Guardians, o felino, de 19 anos, aventurou-se a sair de uma área protegida e a entrar num curral de gado por estar "esfomeado". Acabou por ser morto pelo proprietário dos animais.

O Quénia está a atravessar o período de seca mais severo dos últimos 40 anos. Isso faz com que as presas selvagens se tornem mais difíceis de caçar e os proprietários de gado fiquem "particularmente vigilantes", dá conta a organização.

O governo queniano e grupos de conservação têm um programa de compensação para os pastores cujo gado é morto por animais selvagens. Ainda assim, os pastores tornaram-se mais vigilantes, depois de terem perdido o seu gado devido à seca, dá conta a Associated Press.

Os seis leões, que morreram no sábado, tinham matado 11 cabras e um cão, avançou o Serviço de Vida Selvagem do Quénia, num comunicado de imprensa.

Os felinos pertenciam todos ao parque de Amboseli, do condado de Kajiado, uma reserva da biosfera da UNESCO perto do Monte Kilimanjaro.

Por causa destas mortes, o Serviço de Vida Selvagem do Quénia organizou uma reunião com a população e funcionários do governo. A ideia é encontrar formas de "minimizar o risco de conflito entre humanos e animais selvagens", nomeadamente através do "desenvolvimento de sistemas de alerta", para que a população seja alertada para "a presença de animais selvagens nas proximidades", explicou a organização.

 

 

África

Mais África

Patrocinados