Apesar da chuva de março, ainda há cinco barragens com menos de 20% da capacidade ocupada

31 mar 2022, 07:20
Descida do caudal do rio Zêzere

Seca extrema já não atinge qualquer região do país, mas todo o Continente ainda está numa situação de seca (menos grave)

Nunca, desde que existem registos, Portugal teve um janeiro e um fevereiro com tão pouca chuva como em 2022. Março, pelo contrário, tem sido um mês generoso, com chuva acima da média. 

As contas são feitas à CNN Portugal por José Pimenta Machado, vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que admite, contudo, que ainda existem situações críticas, sobretudo em algumas barragens. 

Em fevereiro a chamada "seca extrema" - classificação mais grave de falta de água nos solos - passou a atingir a maioria do território do Continente, mas em março esta desapareceu do mapa.  

No entanto, segundo José Pimenta Machado, a seca ainda anda por aí: 16% do país está agora em seca severa, 82% em seca moderada e 2% em seca fraca.

As situações críticas referidas pelo dirigente da APA estão em barragens como o Alto Lindoso, no Minho, onde apesar da chuva apenas 17% da capacidade da albufeira se encontra ocupada, bem como na barragem de Vilar-Tabuaço com 19%. 

A Sul os casos mais complicados estão na bacia do rio Sado em Campilhas (5%) e Monte da Rocha (15%), bem como em Bravura, no Algarve, com 15% da água que pode armazenar. 

Várias bacias hidrográficas ainda continuam, aliás, com muito menos água do que deviam ter nesta altura do ano. No Tejo, por exemplo, o habitual seria que as barragens estivessem com 77% da capacidade ocupada, mas o número ainda ronda os 56%. 

No Sado (49%), Mira (40,8%), Cávado (42,8%), Ave (38,5%) e Lima (19,5%) as bacias hidrográficas também revelam disponibilidades de água muito abaixo do normal para um final de março.

Números que ajudam a justificar que a APA confirme que vai manter-se a proibição de produção de eletricidade que se prolonga há dois meses nas barragens do Alto Lindoso/Touvedo, Alto Rabagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode, excepto nos casos (restritos) em que a água é usada para manter os caudais ecológicos dos rios. 

Em Castelo de Bode, uma barragem fundamental para abastecer a região de Lisboa, a água subiu 2,5 metros desde o início do mês. 

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