Primeiro-ministro australiano convoca eleições para maio

Agência Lusa , AM
10 abr 2022, 09:10
Scott Morrison (Mick Tsikas/AAP Image via AP)

Analistas preveem um resultado renhido na disputa com a coligação liderada pelo Partido Liberal

O primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, convocou eleições para maio, nas quais a coligação conservadora no poder irá procurar um quarto mandato consecutivo, apesar das sondagens darem vantagem à oposição de centro-esquerda.

Morrison aconselhou o governador-geral David Hurley, o representante da chefe de Estado da Austrália, a rainha britânica Isabel II, a definir a data da eleição.

O primeiro-ministro deverá anunciar ainda hoje se as eleições irão decorrer a 14 ou a 21 de maio.

O Partido Trabalhista Australiano, de centro-esquerda, lidera a maioria das sondagens de opinião, mas analistas preveem um resultado renhido na disputa com a coligação liderada pelo Partido Liberal, que apoia Morrison.

O primeiro-ministro tem sido criticado pela resposta às inundações que afetaram este ano o sudeste da Austrália, áreas que há dois anos já tinham sido atingidas por incêndios florestais devastadores.

Em 2020, o ano mais quente e seco que a Austrália já registou, incêndios mataram pelo menos 433 pessoas, destruíram mais de 3.000 casas e arrasaram 19 milhões de hectares de terras agrícolas e florestas.

Morrison foi criticado por ir de férias com a família para o Havai, numa altura em que a cidade natal do primeiro-ministro, Sydney, estava coberta por fumo tóxico.

O Governo australiano fixou como meta, até 2050, uma redução de pelo menos 26% das emissões de gases de carbono, em comparação com os níveis de 2005.

Outros países assumiram compromissos mais ambiciosos e o Partido Trabalhista Australiano prometeu reduzir as emissões em 43% até 2030.

A Austrália foi inicialmente bem-sucedida em conter a pandemia de covid-19, em grande parte por meio de restrições a viagens internacionais.

Mas as variantes Delta e Ómicron, mais contagiosas, provaram ser mais difíceis de conter.

A oposição criticou o governo pelo ritmo inicial do lançamento da vacinação na Austrália, cuja população é hoje das mais vacinadas do mundo.

O governo tem defendido o seu trabalho, sublinhando que a Austrália tem o terceiro menor número de mortos entre os 38 países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

Segundo analistas, outra questão que deverá marcar a campanha eleitoral será a tensão com a China, que impôs nos últimos anos sanções comerciais, oficiais e não oficiais, contra a Austrália.

O Governo defende que Pequim quer que o Partido Trabalhista ganhe a eleição e lembra que os trabalhistas queriam assinar um tratado de extradição com a China.

“O governo está a procurar criar a perceção de uma diferença entre ele e a oposição numa questão crítica de segurança nacional, que é a China, (...) uma diferença que na prática não existe”, disse à Associated Press Dennis Richardson, ex-ministro da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, ex-diretor da agência de inteligência australiana e ex-embaixador nos Estados Unidos.

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