Paquistão anuncia primeiro caso de mpox

Agência Lusa , DCT
16 ago, 09:13
Monkeypox (GettyImages)

Esta variante já provocou pelo menos 548 mortos desde o início do ano na República Democrática do Congo

O Paquistão anunciou esta sexta-feira o primeiro caso de mpox no seu território, dois dias depois de a Organização Mundial de Saúde ter ativado o mais alto nível de alerta de saúde internacional face ao ressurgimento de casos em África.

“O primeiro caso de mpox foi confirmado no Paquistão”, anunciou o porta-voz do Ministério da Saúde, em comunicado, acrescentando que a pessoa infectada veio de um país do Golfo.

Na quinta-feira, depois de ter sido registado na Suécia o primeiro caso de uma variante mais contagiosa e perigosa da doença, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para a possibilidade de serem detetados na Europa outros casos importados de mpox, anteriormente conhecida como varíola dos macacos.

Esta variante já provocou pelo menos 548 mortos desde o início do ano na República Democrática do Congo (RDC), o país mais atingido, e a OMS considera "provável que outros casos importados sejam registados na região europeia durante os próximos dias e semanas”, declarou a secção europeia da organização em comunicado.

Um total de 38.465 casos de mpox foram registados em 16 países africanos desde janeiro de 2022, com 1.456 mortes, incluindo um aumento de 160% no número de casos em 2024, em comparação com o ano anterior, de acordo com dados publicados na semana passada pela agência de saúde da União Africana, Africa CDC.

Na quinta-feira, a Agência Sueca de Saúde Pública anunciou que uma pessoa que vivia na região de Estocolmo tinha sido diagnosticada como portadora do subtipo mais contagioso e perigoso do vírus mpox, um caso inédito fora de África.

“A pessoa afetada foi infetada durante uma estadia numa região de África onde existe uma grande epidemia de mpox subtipo clade 1”, explicou Olivia Wigzell, chefe interina da agência sueca, durante uma conferência de imprensa.

Num comunicado de imprensa, a agência sueca disse que o facto de “uma pessoa estar a ser tratada para a varíola no país não implica qualquer risco para o resto da população”, e o Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) considera que atualmente este risco é muito baixo.

A agência disse à AFP, por mensagem, que o caso na Suécia se tratava da variante mpox do subtipo clade 1b, que tem vindo a reemergir na RDC desde setembro de 2023 e onde todas as províncias são agora afetadas pela epidemia.

Para a OMS, “é imperativo” não estigmatizar os viajantes ou os países/regiões: “Só trabalhando em conjunto, partilhando dados e tomando as medidas de saúde pública necessárias é que podemos controlar a propagação deste vírus”, considerando crucial evitar restrições às viagens e o encerramento de fronteiras.

De acordo com uma declaração emitida pelo Departamento de Saúde dos EUA na quarta-feira, “a vacinação será uma parte essencial da resposta a esta epidemia", e para apoiar este esforço, "os Estados Unidos estão a doar 50.000 doses da vacina Jynneos, aprovada pela Food and Drug Administration (FDA), à RDC”.

A empresa farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic, cujas ações subiram na bolsa na quinta-feira, disse estar pronta para produzir até 10 milhões de doses de vacina até 2025.

A atual epidemia, que teve origem na RDC, tem características específicas, a começar por um vírus mais contagioso e perigoso. É causada pelo clade 1 e por uma variante ainda mais perigosa, o clade 1b, com uma taxa de mortalidade estimada em 3,6% e que provoca erupções cutâneas em todo o corpo, ao passo que as estirpes anteriores se caracterizavam por erupções e lesões localizadas na boca, na face ou nos órgãos genitais.

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