Presidente do Conselho de Administração daquela unidade demitiu-se depois de ter admitido não ter dado toda a informação à ministra
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reconheceu esta segunda-feira, no Porto, uma falha grave de comunicação no caso da grávida que morreu no Hospital Amadora-Sintra, na Grande Lisboa, e anunciou que aceitou a demissão do presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde.
“No domingo, o senhor presidente do Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde, Amadora Sintra, informou-me de que uma parte da informação que tinha sido dada era incompleta. Ou seja, que a informação que eu tinha veiculado e que me tinha sido dada não era a informação total”, começou por explicar a ministra. “Nessa mesma altura, o senhor presidente do Conselho de Administração, exatamente porque esta falha é uma falha que é considerada grave, pôs o seu lugar à disposição e eu aceitei a demissão”, acrescentou.
Antes de anunciar a demissão de Carlos Sá, Ana Paula Martins lamentou “profundamente a morte da mulher e do bebé”, considerando tratar-se de uma situação “muito sensível” que merece “uma grande consternação” por parte de todos.
“Deixem-me voltar a referir, que eu acho que é o mais importante, o quanto lamentamos a morte desta mulher, desta senhora e do seu bebé. É, de facto, uma situação muito sensível e que nos tem que merecer a todos uma grande consternação”, sublinhou.
A reação acontece três dias depois de, na sexta-feira, em pleno debate do orçamento, Ana Paula Martins ter referido que a mulher que morreu no Amadora-Sintra com 38 semanas de gestação, nunca tinha sido acompanhada ao longe da gestação.
“Era uma grávida que, efetivamente, não teve acompanhamento até à data em que entrou pela primeira vez no Amadora-Sintra já com 38 semanas”, referiu na sexta-feira Ana Paula Martins, alertando que a utente teve a primeira “consulta de rotina” apenas no dia 29 de outubro.