Pouco é melhor do que nenhum. Saiba quanto exercício físico tem de fazer para combater a depressão

CNN , Sandee LaMotte
24 abr 2022, 12:00
Caminhada

Levante-se e mexa-se! Mesmo pequenas doses de atividade física, como andar rápido, podem reduzir substancialmente o risco de depressão, de acordo com uma nova análise de dados.

"A maioria dos benefícios são conseguidos quando se passa de nenhuma atividade para, pelo menos, alguma", escreveram os autores do estudo.

Nos Estados Unidos, os níveis recomendados de exercício, de acordo com os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA, incluem duas horas e meia de atividade aeróbica em níveis moderados (como uma caminhada rápida) por semana, juntamente com um treino de todos os principais grupos musculares duas vezes por semana.

Em alternativa, uma pessoa pode optar por realizar um vigoroso exercício aeróbico uma hora e um quarto por semana, como correr, juntamente com a mesma quantidade de treino de força.

Exercício moderado a vigoroso faz-nos bem, de acordo com o CDC. Melhora o sono, reduz a pressão arterial, protege contra doenças cardíacas, diabetes e cancro, reduz o stress, melhora o humor e combate a ansiedade e a depressão.

Porém, no mundo agitado de hoje, muitas pessoas têm dificuldade em encontrar tempo para uma corrida ou uma visita ao ginásio. Acrescente a isso a depressão, e a motivação para o exercício é ainda menor, dizem os especialistas.

Cerca de uma hora e um quarto de uma caminhada rápida por semana pode reduzir em 18% o risco de depressão, quando comparado a não se fazer exercício, de acordo com uma nova meta-análise.

Cada bocadinho ajuda

A meta-análise publicada na revista “JAMA Psychiatry” analisou 15 estudos envolvendo mais de 190 mil pessoas, para determinar quanto exercício era necessário para reduzir a depressão.

Os adultos que faziam atividades equivalentes a uma hora e um quarto de caminhada rápida por semana tinham um risco 18% menor de depressão em comparação com aqueles que não se exercitavam, refere o estudo.

O aumento do volume de atividade para um equivalente a duas horas e meia de caminhada rápida por semana refletiu-se numa redução de 25% no risco de depressão", segundo os autores do estudo.

Os benefícios revelaram-se mais fortes quando alguém passava de zero exercício a algum movimento ao dia, diz o estudo. No entanto, o exercício acima dos níveis recomendados não proporcionou quaisquer benefícios adicionais.

"As nossas descobertas têm, portanto, novas implicações importantes para os profissionais de saúde que fazem recomendações de estilo de vida especialmente a pessoas inativas, que podem considerar o atual alvo recomendado (de exercício) como irrealista", escreveram os autores.

Investigação prévia

Um estudo publicado em 2018 obteve resultados semelhantes: as pessoas que faziam exercício tinham cerca de 43% menos dias de má saúde mental.

"Mesmo apenas andar só três vezes por semana parece proporcionar às pessoas uma melhor saúde mental do que não fazer qualquer exercício", disse na altura à CNN o autor do estudo, Adam Chekroud, professor adjunto de Psiquiatria na Universidade de Yale.

Fazer exercício em sessões de 45 minutos três a cinco vezes por semana revelou ser o mais benéfico para melhorar a saúde mental, segundo o estudo de 2018. No entanto, mesmo a realização de tarefas domésticas reduziu os dias de má saúde mental em cerca de 10%, refere o estudo.

Um estudo publicado em 2020 concluiu que mesmo o exercício leve ajuda a proteger as crianças contra o aparecimento da depressão. O estudo de 2020 revelou que 60 minutos de movimento simples por dia aos 12 anos está ligado a uma redução média de 10% no desenvolvimento de depressão aos 18 anos.

Os tipos de movimento incluíam correr, andar de bicicleta e caminhar, bem como outras atividades como fazer tarefas domésticas, pintar ou tocar um instrumento.

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