Infeção prévia e vacinação reduzem risco de reinfeção com Ómicron, revela novo estudo

3 mai 2022, 08:41
Teste de deteção do SARS-CoV-2. (AP Photo/Ng Han Guan)

Quem já esteve infetado e tomou as três doses da vacina contra a covid-19 apresenta uma proteção de 83% contra a variante Ómicron

Uma infeção prévia que não tenha sido provocada pela variante Ómicron e a vacinação contra a covid-19 são eficazes - sobretudo quando combinados - na redução do risco de reinfeção à boleia da Ómicron, atualmente dominante, revela um estudo do Instituto Nacional de Saúde Pública de Quebec, no Canadá, ainda na plataforma MedRix e em pré-publicação à espera da aprovação dos pares.

Com dados de pessoas com idade igual ou superior a 12 anos que já tinham tido covid-19 e testaram novamente positivo entre os dias 26 de dezembro de 2021 e 12 de março de 2022, a investigação diz que o risco reinfeção com Ómicron é 44% menor em pessoas que já contraíram outras variantes da covid-19 ou até mesmo a linhagem original do vírus SARS-CoV-2. O risco de reinfeção com esta variante que agora é dominante é 66% menor em três a cinco meses e 35% menor entre nove a 11 meses após a primeira infeção.

Ainda no que diz respeito ao papel de infeções prévias, os cientistas notam que o grau de gravidade de uma primeira infeção pode ditar o quão protegida a pessoa está contra o impacto da Ómicron, sendo que uma infeção ligeira assintomática apenas confere 8% de proteção contra uma reinfeção por Ómicron, ao passo que uma infeção sintomática, mas também ambulatória, confere 43% de proteção e uma infeção que levou à necessidade de cuidados hospitalares e internamento confere 68% de proteção contra uma reinfeção com Ómicron.

Quanto mais grave a infecção prévia, maior a redução do risco [de reinfeção]”, dizem os cientistas no estudo em pré-publicação.

Vacinação também é eficaz, sobretudo em quem já esteve infetado

“A eficácia da vacina de mRNA contra a infecção por Ómicron foi significativamente maior entre indivíduos previamente infectados versus não infectados”, lê-se no estudo, que avança com dados: nos pacientes com uma dose de vacina contra a covid-19, verifica-se 65% de proteção contra uma reinfeção em quem já esteve infetado, face a 20% de quem nunca teve a infeção por SARS-CoV-2.

No caso de pessoas com duas doses da vacina, a proteção é de 68% e 42% para quem já tinha tido covid-19 e para quem nunca tinha contraído o vírus, respetivamente. 

Nas pessoas que participaram no estudo e que já tinham as três doses da vacina, a proteção contra uma nova infeção foi 83% maior em quem já tinha contraído o vírus, face a 73% de proteção em quem ficou infetado pela primeira vez.

No que diz respeito à redução do risco de internamento à boleia da vacinação, a proteção induzida por infecção contra a hospitalização da Ómicron foi de 81% para quem não tinha a vacina mas já tinha tido covid-19, aumentando para 86% em quem tomou uma dose, 94% com duas doses e 97% com três doses de vacina de mRNA, diz o estudo. 

A eficácia de duas doses contra a hospitalização entre indivíduos previamente infetados não diminuiu ao longo de 11 meses e não diferiu significativamente da eficácia de três doses, apesar de um acompanhamento mais longo (mediana de 158 e 27 dias, respectivamente)”, lê-se na investigação.

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