Escândalo no Santa Maria: abertos processos de inquérito a quatro dermatologistas

26 jun, 09:08
Hospital de Santa Maria (Gustavo Valiente Herrero/Getty Images)

EXCLUSIVO | A auditoria interna ao escândalo dos gastos exorbitantes praticados por médicos em cirurgias adicionais abriu uma nova caixa de pandora e permitiu detetar prescrições irregulares a vários doentes. Presidente do Conselho de Administração mandou abrir inquéritos e exigiu conclusões em 24 horas

É um ambiente de caça às bruxas em que fica claro que nada ficará como dantes. O atual presidente do conselho de administração do hospital de Santa Maria tem-se desdobrado em reuniões para tirar as prometidas consequências do caso revelado, em primeira mão, pelo Exclusivo da TVI (do mesmo grupo da CNN Portugal), sobre irregularidades graves no maior hospital do país.

Carlos Martins tomou a iniciativa de liderar o processo e esta quarta-feira, depois de ter feito mais perguntas, ainda sobre o tema das cirurgias adicionais, descobriu outras irregularidades. Pelo menos quatro dermatologistas andaram a prescrever medicamentos à revelia das regras. Um deles não tinha mesmo a obrigatória autorização do Conselho de Farmácia, ao qual pertencia o demitido diretor de serviço da unidade, Paulo Filipe.

Esta prática pode ser mais generalizada do que se pensava até agora.

A TVI/CNN sabem que os internos estão a viver momentos de muita tensão e até ameaçam abandonar o hospital, isto depois da grande maioria ter sido cúmplice de atos que lesaram o Estado e nada terem dito.

Os inquéritos estarão finalizados esta sexta-feira.

Ao que conseguimos apurar, a prova documental é suficiente para avançar com quatro processos-disciplinares.

Este é o último capítulo da investigação que revelou que um só dermatologista faturou 400 mil euros em apenas dez sábados, tendo furado as regras das listas de espera e operado os próprios pais.

Este caso está já a ser investigado com prioridade máxima pela IGAS e pelo Ministério Público.

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