Sam Neill fez um tratamento experimental (e muito caro) que lhe salvou a vida

17 mar 2023, 20:48
O ator Sam Neill em "Parque Jurássico" (1993) (GettyImages)

Foi diagnosticado um linfoma ao ator. Quando a quimioterapia começou a falhar, Sam Neil optou por uma via experimental em articulação com uma farmacêutica

O ator Sam Neill teve um cancro no sangue e tem de tomar um medicamento para o resto da vida. A revelação é feita no seu livro de memórias, intitulado "Did I Ever Tell You This?", que a estrela dos filmes "Parque Jurássico", atualmente com 75 anos, vai lançar na terça-feira no mercado anglo-americano.

Neill começou a escrever pequenos apontamentos sobre a sua vida como uma forma de se manter ocupado – e também como uma forma de terapia – durante o tratamento no ano passado. “Não tinha nada para fazer”, contou em entrevista ao The Guardian. “Estou habituado a trabalhar. Adoro trabalhar. Adoro estar com as pessoas todos os dias e desfrutar da companhia humana, da amizade e de todas essas coisas. E de repente fui privado disso. E pensei: 'O que vou fazer?'" O ator conta que inicialmente não tinha intenção de escrever um livro. "Mas à medida que escrevia percebi que isso estava a dar-me uma razão para viver e eu ia para a cama a pensar no que ia escrever no dia seguinte."

No livro, Sam Neill recorda os seus primeiros anos na Irlanda e a mudança para a Nova Zelândia, recorda as excentricidades da sua família e conta muitas histórias da carreira e das estrelas de cinema com que foi contactando ao longo dos anos. Este não é um livro de memórias sobre o cancro, diz, mas admite que doença é como que a espinha dorsal da narrativa.

Neill sentiu pela primeira vez as glândulas inchadas durante a promoção de "Mundo Jurássico: Domínio" em março do ano passado e foi imediatamente diagnosticado com um linfoma em estádio 3. Iniciou tratamentos de quimioterapia mas quando esta começou a falhar mudou para um novo medicamento, experimental e muito caro: então, assinou um contrato com a farmacêutica combinando que, se ainda estivesse vivo após quatro meses, o tratamento seria gratuito. O ator tem de tomar este medicamente mensalmente para o resto da vida, embora neste momento já não esteja doente: "Não estou livre de problemas, mas não tenho cancro no meu corpo”.

“Não posso fingir que o ano passado não teve os seus momentos sombrios”, afirma. “Mas esses momentos sombrios colocaram em relevo os momentos luminosos e deixaram-me grato por todos os dias e por todos os meus amigos. Estou satisfeito apenas por estar vivo."

“Não tenho medo de morrer”, diz o ator. “Mas isso seria uma chatice porque eu de facto gostaria de viver mais uma ou duas décadas. Construímos todos esses lindos terraços, temos  oliveiras e ciprestes e gostaria de estar por perto para ver tudo amadurecer. E tenho os meus netos adoráveis, também gostaria de vê-los crescer. Mas morrer? Não me poderia importar menos."

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