BPI quer pagar o dobro do salário mínimo a jovens em início de carreira

4 mar, 07:20

O MISTÉRIO DAS FINANÇAS || CEO do BPI propõe ordenados mais altos em troca de compromisso com o banco. E diz que também os mais velhos têm de ser incluídos no elevador salarial

Foram 225 os jovens que o BPI contratou no ano passado, avança João Pedro Oliveira e Costa. Como atraí-los e retê-los? Com bons condições, claro. Incluindo na componente salarial. O líder do BPI faz ressalvas sobre a informação mas admite o objetivo: aproximarem-se rapidamente do dobro do salário mínimo nacional. Cerca de 1700 euros brutos mensais, portanto, para jovens talentos em início de carreira.

"Nós não só damos formação, como eu quero, tenho que ter um desígnio de manter os melhores talentos em Portugal. Porquê? Porque eu vou precisar deles. Quem me vem combater a mim, a banca portuguesa, aqui em Portugal, são pessoas que têm esse talento e o que eu não posso ter é talento português a combater o meu talento aqui. Por isso eu tenho que o atrair, dar-lhe formação, mas também tenho que lhe pagar e tenho que lhe pagar acima daquilo que é a entrada mínima."

As declarações referem-se ao projeto Academia BPI e foram feitas ao programa O Mistério das Finanças, gravado na semana passada e transmitido este fim de semana - e que pode ver na íntegra no vídeo em cima ou ouvir em podcast no Eco e nas plataformas habituais. 

Esta proposta tem, no entanto, uma exigência adicional: não basta talento, é preciso compromisso. Tanto que João Pedro Oliveira e Costa já certa vez contou ter afirmado perante uma plateia de jovens "iniciados" que se alguém ali não quisesse estar no BPI dali a cinco anos, podia sair já da sala.

"Acho que falta esse nível de compromisso nas pessoas", esclarece. "As pessoas pensam que quando saem da universidade sabem alguma coisa. Não sabem". Daí a formação no BPI "E por isso eu peço esse compromisso, tal como eu também me vou comprometer com eles. Eu vou-me comprometer em dar-lhes formação, vou comprometer-me a pagar acima do que se calhar eles estariam à espera ou do que é a média que se paga aos jovens e vou-lhes dar uma formação que vai ser um grande cartão de visita deles para o futuro. Que depois desses cinco anos eles possam ir à sua vida, eu até acho fantástico, não tenho nada contra."

Mas depois, não basta olhar apenas para os mais jovens: "eu tenho que adquirir este talento porque senão eu não consigo evoluir; mas depois também há pessoas que estão no banco e que não evoluíram a esse nível e de repente aparecem uns novos que entram a ganhar este valor. O que é que nós temos que fazer? Os dois movimentos. E é o que estamos a fazer. Só que eles não são coincidentes, não são imediatos. Tem que ir caminhando."

 

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