O Salário mínimo em Portugal está na 12.º posição no ranking da União Europeia. Dados do Eurostat apenas analisaram 22 Estados-membros
Mesmo com o aumento do salário mínimo nacional para 820 euros em 2024, Portugal ocupou o 12º lugar entre os países da União Europeia que aplicam este tipo de remuneração mínima, de acordo com os dados divulgados pelo Eurostat. O ranking europeu é liderado pelo Luxemburgo, onde o salário mínimo mensal se situa nos 2.204 euros, se considerarmos que o salário é pago 14 meses, tal como em Portugal.
Atrás do Luxemburgo ficou a Irlanda, onde os trabalhadores auferem 1.840 euros por mês, e pelos Países Baixos, com 1.829 euros. Ainda no top cinco, surgem países como a Bélgica nos 1.774 €, a Alemanha nos 1.761 € e por último França, onde o salário mínimo se fixa nos 1.550 € mensais. Tudo valores bem acima dos verificados em Portugal onde o salário mínimo apenas deverá ultrapassar a barreira dos 1.000 euros em 2028, segundo a proposta do atual Governo.
Portugal, que em 2023 viu o salário mínimo aumentar 60 euros para os 820, é ainda superado por várias outras nações europeias. Espanha e Eslovénia, por exemplo, apresentam salários mínimos superiores a 1.000 euros mensais. Ainda assim mantêm uma grande margem quando comparados com França. Outros países como o Chipre, a Polónia e a Grécia (desde dia 1 de abril) têm ordenados mínimos que variam entre 857 e 830 euros, ficando também à frente de Portugal no ranking.
Portugal desce ainda mais se tivemos em conta a Paridade do Poder de Compra
Quando se ajustam os valores de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC) – um critério que compara salários e preços tendo em consideração o nível de vida em cada país – a posição de Portugal desce ainda mais. Portugal cai para a 15ª posição, sendo ultrapassado por países como a Croácia e a Estónia ou a Lituânia, que têm uma capacidade de compra mais elevada em relação aos seus salários mínimos.
Mesmo com este critério, o Luxemburgo mantém a liderança, seguido pela Alemanha que sobre três posições e pelos Países Baixos que iguala a terceira posição. Estes países continuam a destacar-se pela combinação de salários elevados e uma capacidade de compra relativamente maior.
O relatório do Eurostat analisou 22 dos 27 Estados-membros da União Europeia, uma vez que países como Dinamarca, Itália, Áustria, Finlândia e Suécia não aplicam o conceito de salário mínimo a nível nacional. Estes países, geralmente, dependem de acordos coletivos de trabalho para estabelecer as remunerações mínimas em diferentes setores.