Ryanair muda as asas do seu Boeing 737 para poupar combustível

CNN Portugal , MJC
8 nov 2022, 15:14
Ryanair (Mindaugas Kulbis/ AP)

Remodelação dos aviões custará mais de 200 milhões de euros - quase meio milhão por avião - mas com isso a empresa conseguirá poupar na fatura anual

A Ryanair vai mudar o design das asas de todos os seus Boeing 737 para reduzir o consumo de combustível e economizar até 65 milhões de euros por ano. A decisão da maior companhia aérea low-cost da Europa aparece no seu relatório financeiro, a par dos resultados (recorde) do semestre de abril-setembro, como um compromisso de redução das emissões de dióxido de carbono.

Nas próximas semanas, a Ryanair começará a substituir a ponta das asas por outras com uma forma diferente, que ajudará a melhorar a eficiência aerodinâmica da asa e, dessa forma, o avião precisará de menos combustível.

No documento, a empresa estima que a remodelação dos seus aviões custará mais de 200 milhões de euros - quase meio milhão por avião - e com isso conseguirá uma economia de 1,5% no consumo de combustível. A mudança não afetará os Boeing 737 Max que já têm o novo design.

Segundo especialistas, com o novo design, quanto mais tempo o avião voa, menor será o combustível necessário. Portanto, um Boeing 737-800 terá benefícios que variam de 0,7% de economia de energia para um voo de 800 quilómetros a 2,2% para um voo de 5.500 quilómetros. Para a Ryanair, isso significa uma economia estimada entre 155 mil a 160 mil euros por ano. Tendo em conta que têm 409 jatos, a poupança total ficara entre os 63 e 65 milhões de euros.

O grupo possui uma frota total de 517 aparelhos, incluindo os clássicos Boeing 737, 737 Max e Airbus A320.

Entre 2013 e 2014, a American United Airlines fez uma mudança semelhante.

De acordo com o El Mundo, a Ryanair fechou o primeiro semestre fiscal - o ano para a companhia começa a 1 de abril e termina 12 meses depois - com 95,1 milhões de passageiros (mais do que os 85,7 milhões registados no mesmo período de 2019, pré-covid), uma taxa de cobertura de 94% (era de 96% há três anos), 6.620 milhões de euros de receitas (contra 5.390 milhões em 2019) e 1.370 milhões de euros de lucro (contra 1.150 milhões no primeiro semestre de 2019). 

A Itália é o país onde a empresa consegue a maior receita, seguindo-se Espanha e Reino Unido. "A recuperação para o resto do ano continua frágil e ainda pode ser influenciada por novas variantes da covid ou eventos geopolíticos adversos, como a guerra na Ucrânia", disse o CEO da Ryanair, Michael O'Leary.

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