Rússia acusa 92 membros das Forças Armadas da Ucrânia de crimes contra a humanidade

25 jul 2022, 09:43
Militar ucraniano em Mariupol (AP Images/Mstyslav Chernov)

Líder do Comité de Investigação da Rússia diz que já foram iniciadas investigações criminais a 1.300 ucranianos desde o início da guerra

O líder do Comité de Investigação da Rússia revelou que Moscovo acusou 92 membros das Forças Armadas ucranianas de crimes contra a humanidade, propondo um tribunal internacional apoiado por países como Bolívia, Irão e Síria, cuja posição considera "independente" face ao conflito na Ucrânia.

Segundo o  The Guardian, o diário estatal russo Rossiiskaya Gazeta cita esta segunda-feira o líder do comité, Alexander Bastrykin, que também revela que a Rússia acusa de crimes graves "mais de 220 pessoas, incluindo representantes do alto comando das Forças Armadas da Ucrânia, bem como comandantes de unidades militares que bombardearam a população civil".

O Comité de Investigação da Rússia, que tem a função de investigar crimes de maior gravidade, detalhou ainda que 92 comandantes e seus subordinados foram acusados, e que outras 96 pessoas, incluindo altas patentes das Forças Armadas, estão a ser procuradas. Estes cidadãos ucranianos estão, denuncia o líder do comité, estão envolvidos em "crimes contra a paz e a segurança da humanidade", que não tem prazos nem outras limitações que os impeçam de ser levados a julgamento. 

O jornal russo questiona ainda o líder do comité russo sobre a investigação às ações das forças de segurança ucranianas nas autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, territórios separatistas da Ucrânia, e se essa investigação poderia ser feita ao abrigo das convenções da ONU. Mas Alexander Bastrykin avisa que, perante o apoio dado pelos países do Ocidente a Kiev, seria mais adequado trabalhar com parceiros da Rússia num tribunal internacional, nomeadamente no âmnbito da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (que procura replicar o modelo da NATO e junta a Rússia, Bielorrússia, Arménia, Cazaquistão, Quirguistão e Tajiquistão) ou da Organização para Cooperação de Xangai (que junta China, Cazaquistão, Quirguistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão).

O alto responsável russo indica ainda que haveria necessidade de envolver países com uma posição independente quanto ao conflito na Ucrânia, referindo "em particular Síria, Irão e Bolívia". 

Alexander Bastrykin disse ainda que foram iniciadas investigações criminais a 1.300 ucranianos, membros das Forças Armadas, políticos ou membros de "associações nacionalistas", com mais de 400 pessoas consideradas responsáveis pelos crimes de que são acusadas.

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