"É melhor sobreviver na Rússia do que morrer na nossa terra": Zelensky pede às tropas russas que se recusem a lutar

Agência Lusa , BCE
1 mai 2022, 08:09

Zelensky afirmou que o exército de Moscovo está a preparar camiões frigoríficos adicionais para armazenar os corpos dos seus soldados

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu aos soldados russos que se recusem a lutar na Ucrânia, apontando que até os generais de Moscovo esperam que milhares de tropas russas morram nas próximas semanas.

No habitual discurso diário, divulgado em vídeo este sábado à noite, Zelensky dirigiu-se, em russo, diretamente aos soldados da Rússia: "Cada soldado russo pode ainda salvar a sua própria vida. É melhor sobreviver na Rússia do que morrer na nossa terra."

O líder ucraniano disse que a Rússia está a recrutar novas tropas, “com pouca motivação e pouca experiência de combate”, para reforçar as unidades que sofreram perdas durante as primeiras semanas da invasão.

Após falhar a conquista da capital, Kiev, o exército tem-se concentrado numa nova ofensiva na região leste da Ucrânia, para tentar garantir o controlo total do Donbass e estabelecer um corredor terrestre com a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

Volodymyr Zelensky disse que os líderes militares russos estão cientes que milhares de tropas poderão morrer e outros milhares poderão ser feridos nas próximas semanas.

“Os comandantes russos estão a mentir aos seus soldados quando lhes dizem que podem esperar ser seriamente responsabilizados por se recusarem a lutar”, disse Zelensky.

“Não lhes dizem, por exemplo, que o exército russo está a preparar camiões frigoríficos adicionais para armazenar os corpos. Eles não lhes contam sobre as novas perdas que os generais esperam”, disse o presidente ucraniano.

Segundo informações divulgadas no sábado pelos serviços secretos do Reino Unido, a Rússia continua com problemas de coordenação tática na Ucrânia e o seu apoio aéreo é inconsistente.

A Rússia espera retificar os problemas que têm limitado a invasão ao concentrar geograficamente o poder de combate, encurtando as linhas de abastecimento e simplificando o comando e o controlo, é acrescentado num relatório fornecido pelo Ministério da Defesa britânico, no qual se acrescenta que o país liderado por Putin viu-se obrigado a fundir unidades que não conseguiram progredir no noroeste da Ucrânia, .

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