Rússia está "totalmente pronta" para um conflito com a NATO no Ártico

CNN Portugal , HCL
23 set, 20:11
Aquecimento global - Ártico (Foto: Mark Thiessen/AP)

Testes para detonar uma ogiva nuclear numa instalação no Ártico estão prontos para começar, avisam as autoridades russas

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia avisou que o país está “totalmente pronto” para um conflito com a NATO no Ártico. Numa declaração que marcou a mais recente onda de ameaças nucleares de Moscovo, Sergei Lavrov sublinhou que o Kremlin tem visto com alarme aquilo que definiu como “a intensificação dos exercícios militares na região”.

As declarações de Lavrov foram feitas para um documentário que está em produção, noticia o Politico. “O nosso país está totalmente pronto para defender os seus interesses militarmente, politicamente e do ponto de vista das tecnologias de defesa”, acrescentou.

A afirmação surge num momento em que o Kremlin tem aumentado a sua retórica de ameaça contra a NATO e os seus aliados, sugerindo repetidamente a possibilidade de um confronto nuclear. Ao mesmo tempo, uma investigação da CNN mostrou como a Rússia, os Estados Unidos e a China construíram novas instalações e escavaram novos túneis nos locais de testes nucleares ao longo dos últimos anos. 

Numa altura em que as tensões entre as três principais potências nucleares atingiram o seu ponto mais alto em décadas, as palavras de Lavrov surgem dias depois de as autoridades russas terem afirmado que os testes para detonar uma ogiva nuclear numa instalação no Ártico estão prontos para começar. Em causa, está um um antigo local soviético no arquipélago de Novaya Zemlya, utilizado pela primeira vez há 70 anos. 

Segundo o contra-almirante Andrei Sinitsyn, diretor da infraestrutura, o local está preparado para "iniciar os testes a qualquer momento", avançou em comunicado. "O local de testes está pronto para retomar as atividades em larga escala. Está totalmente preparado. O laboratório e as instalações de teste estão prontos. O pessoal está pronto. Se a ordem for dada, começaremos os testes a qualquer momento." Sinitsyn acrescentou que as nações ocidentais intensificaram a monitorização da Rússia, alegando que estavam preocupadas com possíveis testes nucleares.

Lavrov indicou ainda que "o Ártico não é o território da Aliança do Atlântico Norte", sublinhando que outros países que não fazem parte da região, como a China e a Índia, têm interesses naquela região.

Em abril do ano passado, o governo da Finlândia tomou a decisão de se juntar à NATO, sendo que a Suécia seguiu esse mesmo exemplo em março deste ano. Na altura da adesão, um dos principais diplomatas de Moscovo declarou que a Finlândia seria “a primeira a sofrer” se uma guerra eclodisse entre a NATO e a Rússia.

Em fevereiro, a Rússia também suspendeu os pagamentos anuais ao Conselho do Ártico, um fórum intergovernamental das nações árticas. A decisão aconteceu após um boicote dos restantes membros do conselho à participação de Moscovo. 

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