11 reações e três consequências depois de Putin ter reconhecido separatistas ucranianos

CNN Portugal , BCE
21 fev 2022, 22:52
Emmanuel Macron

Vladimir Putin assinou esta segunda-feira um decreto em que reconhece a independência dos territórios separatistas de Donetsk e Lugansk

 O reconhecimento da independência dos territórios separatistas da Ucrânia por Vladimir Putin desencadeou várias reações, dos líderes europeus à Casa Branca, que condenam uma "grave violação" do direito internacional e da soberania ucraniana.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, divulgaram um comunicado conjunto na rede social Twitter no qual garantem que a UE e os seus parceiros vão reagir a esta decisão "com união, firmeza e com determinação em solidariedade com a Ucrânia".

Do lado da NATO, Jens Stoltenberg, secretário-geral da aliança atlântica, diz que Moscovo está a tentar encenar um pretexto para invadir a Ucrânia novamente.

"Moscovo continua a alimentar o conflito no leste da Ucrânia ao fornecer apoio financeiro e militar aos separatistas. Também está a tentar encenar mais uma vez um pretexto para invadir a Ucrânia", considerou Stoltenberg.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, e o presidente francês, Emmanuel Macron, reagiram de imediato à decisão do Kremlin, manifestando-se "desapontados" com a mesma. Para Scholz, o reconhecimento da independência das regiões separatistas da Ucrânia pela Rússia constituirá “uma rutura unilateral” dos acordos de Minsk de 2015.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, também reagiu ao discurso de Putin salientando que a decisão de Moscovo é um "mau presságio" e denunciando o que considerou uma "violação clara do direito internacional".

"É uma violação flagrante da soberania e da integridade da Ucrânia. (...) Penso que é um mau presságio e um sinal muito sombrio", disse, em conferência de imprensa.

Contudo, para o chefe do executivo britânico ainda é possível que Putin volte atrás na decisão, mesmo já depois de ter assinado o decreto de reconhecimento da independência dos territórios separatistas. "Temos de ter esperança de que ele vai voltar atrás [na decisão]", indicou.

Também a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, condenou a decisão de Moscovo, assinalando que tal representa um “fim dos acordos de Minsk”.

“O Kremlin fechou a porta à diplomacia e criou um pretexto para a guerra. É uma clara e grave violação da lei internacional e da integridade territorial da Ucrânia. Donetsk e Lugansk são e serão sempre parte da Ucrânia”, escreveu no Twitter.

O primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, considerou que a decisão de Moscovo constitui "um ato de agressão contra a Ucrânia que deve ter uma resposta inequívoca e sanções imediatas", acrescentando que esta é "a única linguagem que Putin entende".

Morawiecki pediu uma "reunião urgente do Conselho da Europa" para abordar esta situação.

Ao final da tarde, o presidente da Ucrânia anunciou, através de uma publicação no Twitter, que discutiu “os acontecimentos das últimas horas” com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e que deu início a uma reunião do Conselho Nacional de Segurança e Defesa ucraniano. Zelenskyy tem também agendada “uma conversa com Boris Johnson”, primeiro-ministro britânico.

Consequências:

Assim que foi conhecida a decisão do Kremlin, o presidente francês, Emannuel Macron, que neste semestre preside ao Conselho da UE, convocou uma reunião nacional de emergência para avaliar a situação na Ucrânia e pediu "sanções europeias direcionadas" contra a Rússia.

O ministro dos negócios estrangeiros da Letónia, Edgars Rinkēvičs, adiantou à agência Reuters que o país vai enviar mísseis antitanque Javelin para a Ucrânia já esta terça-feira.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, indicou em comunicado que a ordem executiva presidencial proibirá novos investimentos, comércio e financiamento dos Estados Unidos para, de ou nos territórios separatistas pró-Rússia de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.

"Prevemos um movimento como este por parte da Rússia e estamos prontos para responder imediatamente. (...) Esta ordem executiva também fornecerá autoridade para impor sanções a qualquer indivíduo a operar nessas áreas da Ucrânia", indicou Psaki.

De acordo com a Reuters, a Casa Branca irá também anunciar em breve medidas adicionais relacionadas com a "violação dos compromissos internacionais da Rússia". 

"Estas medidas são separadas e seriam adicionais às medidas económicas rápidas e severas que estamos a preparar em coordenação com aliados", acrescentou.

Mas as consequências não deverão terminar por aqui, com o Reino Unido a adiantar que está a preparar um conjunto de sanções para a Rússia, as quais deverá anunciar esta terça-feira, adiantou fonte governamental à agência Reuters. Momentos depois, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido confirmou, numa publicação no Twitter, que o país vai anunciar "novas sanções à Rússia como resposta à violação da lei internacional e ao ataque da soberania e integridade territorial da Ucrânia".

E.U.A.

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