Os mortos, os vivos, os ataques, os contra-ataques, as consequências, a radiação: dia #2 da guerra, o ponto de situação

Andreia Miranda | Pedro Falardo | Bárbara Cruz , Notícia atualizada às 23:57
25 fev 2022, 15:17

Continuam a soar as sirenes na cidade de Kiev, onde existe uma batalha entre ucranianos e russos. Várias explosões foram ouvidas e as primeiras horas do segundo dia de guerra revelaram um cenário de destruição. Até ao momento, não há contabilização oficial de vítimas mortais.

As forças russas já tomaram mais duas cidades no norte da Ucrânia. A NATO vai fornecer mais armas, incluindo sistema de defesa antiaéreos, aos militares ucranianos. Os 27 estados-membros concordaram em sancionar o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, com congelamento de ativos financeiros. 

Nas últimas 48 horas, são já mais de 50 mil os ucranianos que já abandonaram o país. A maioria fugiu para a Polónia, Moldávia e Roménia. Até ao momento, não há contabilização oficial de vítimas mortais. Esta sexta-feira é o dia 2 da guerra e estes são os dados conhecidos até agora: 

Alvos atacados 

- As forças russas já tomaram mais duas cidades no norte da Ucrânia: Sumy e Konotop. A informação foi avançada pela agência russa Interfax, que cita o ministério da Defesa. Foram ainda dominadas mais 211 estruturas ucranianas;

- A cidade de Kiev foi atingida por dois mísseis, cerca das 4:00 locais, enquanto as tropas russas cercavam a capital e estavam a cerca de 30 quilómetros da periferia;

- Foi abatida uma aeronave russa sobre o distrito de Darnytskyi, na capital, provocando um incêndio num edifício;

- Os russos chegaram a Kiev e o Ministério da Defesa da Ucrânia fez um apelo desesperado aos cidadãos de Oblon, onde foram filmados tanques russos a circular nas ruas da cidade: “Façam cocktails molotov, neutralizem o inimigo!”;

- Agência nuclear da Ucrânia revelou que os níveis de radiação estão a aumentar na zona da extinta central nuclear de Chernobyl, que foi tomada pelas forças russas.

Vítimas

- Um míssil atingiu um posto fronteiriço ucraniano no sudeste do país, provocando um morto e um número indeterminado de feridos entre os guardas; 

Tropas

- O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou que os membros concordaram em fornecer mais armas para a Ucrânia, incluindo sistema de defesa antiaéreos; 

- O primeiro-ministro da Noruega disse que vai enviar mais tropas para a Lituânia e que estava a ser equacionada a hipótese de se enviar mais militares para a zona leste da Ucrânia; 

- Militares ucranianos estão a defender as fronteiras em quatro frentes, apesar de estarem em inferioridade numérica, garantiu a Defesa ucraniana, acrescentando que está preparada para responder aos ataques graças ao armamento cedido pelos Aliados;

- Secretário do Ministro da Defesa britânico diz que a Rússia quer tomar toda a Ucrânia, mas que o Exército falhou a missão no primeiro dia de invasão;

Movimento de refugiados: a crise humanitária

- Mais de 50 mil ucranianos abandonaram o país nas últimas 48 horas, avançou Filippo Grandia, alto comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. A maioria fugiu para a Polónia e para a Moldávia; 

- O primeiro-ministro da Roménia, Nicolae Ionel Ciucă, anunciou que, desde que a invasão começou, entraram no país cerca de 19 mil ucranianos através dos seis postos de controlo na fronteira; 

- Ucranianos procuraram refúgio nas estações de metro durante a noite, em Kiev. Idosos, jovens, crianças e famílias juntaram-se nas plataformas e nos vagões dos metros e ali passaram a noite;

Tentativa de fuga. Os repórteres da CNN Portugal em Kiev, Pedro Mourinho e Nuno Quá, testemunharam o desespero que se vive na capital ucraniana, com milhares de pessoas a tentar fugir aos confrontos no país e outras tantas a pedir boleia para o fazer;

- A União das Misericórdias Portuguesas (UMP) pediu às Santas Casas que acolham refugiados fugidos da invasão russa na Ucrânia, no seguimento de um apelo humanitário feito pelo Governo;

Sanções e reações 

- O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, confirmou que os 27 estados-membros concordaram em sancionar o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, com congelamento de ativos financeiros. Este pacote de sanções incluem ainda outros líderes mundiais. São eles Bashar al-Assad, da Síria, e Lukashenko, da Bielorrússia;

- O Reino Unido decidiu estender as sanções à Rússia, fechando o espaço aéreo aos aviões privados russos, com efeitos imediatos;

- A Bulgária anunciou o fecho do seu espaço aéreo a qualquer avião russo, incluindo voos de passageiros, a partir de sábado;

- Secretário do Ministro da Defesa britânico diz que a Rússia quer tomar toda a Ucrânia, mas que o Exército falhou a missão no primeiro dia de invasão;

- A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo disse que se a Finlândia ou a Suécia decidirem apoiar a aliança de segurança da NATO isso vai gerar uma "resposta séria" por parte de Moscovo. Tal decisão "teria sérias consequências militares e políticas que obrigariam o nosso país a tomar uma postura recíproca", assegurou Maria Zakharova;

- A União Europeia de Radiodifusão (EBU, na sigla em inglês) anunciou que nenhum representante russo participará na edição deste ano do festival da Eurovisão. Segundo o comunicado da organização, a decisão "reflete a preocupação que, à luz da crise sem precedentes na Ucrânia, a inclusão da Rússia no concurso deste ano traria descrédito à competição";

- O Conselho da Europa suspendeu a representação da Rússia;

-  A Ucrânia quer a paz e está pronta para conversas com a Rússia, disse um assessor do gabinete presidencial à Reuters. Zelensky acusou ainda a Europa de ter reagido de forma lenta na ajuda prestada à Ucrânia e diz que o ataque russo se assemelha a uma repetição da Segunda Guerra Mundial;

- A ex-chanceler alemã Angela Merkel condenou a “guerra de agressão” travada pela Rússia contra a Ucrânia, que marca uma “rutura profunda na história da Europa”; 

- Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, União Europeia, Austrália, Japão, Taiwan e outros divulgaram sanções contra a Rússia, visando bancos, exportações militares e membros do círculo interno de Putin;

- UEFA anuncia que decidiu mudar a final da Liga dos Campeões de São Petersburgo, na Rússia, para Paris. Também a Fórmula 1 diz que GP na Rússia é impossível "nas atuais circunstâncias".

Europa

Mais Europa

Patrocinados