Portugal disponível para integrar "missões de dissuasão" da NATO e para acolher ucranianos. "São bem-vindos a Portugal"

24 fev 2022, 11:11
António Costa fala ao país sobre crise na Ucrânia (Lusa)

Garantia foi dada pelo primeiro-ministro após uma reunião com ministros e com o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas. Já foram dadas instruções às embaixadas ucranianas para agilizarem o processo de vistos

António Costa confirmou esta quinta-feira que Portugal integra as forças de reação rápida da NATO, com uma prontidão de 5 dias, que podem ser convocados para missões de dissuasão sob ordens da NATO. O primeiro-ministro garantiu, no entanto, que os aliados não vão intervir diretamente no território ucraniano.

Neste quadro temos um conjunto de elemento que estão disponibilizados , com uma prontidão de 5 dias, para serem colocados sob ordens do Comando da NATO para realizar missões de dissuasão", afirmou António Costa durante uma conferência de imprensa em São Bento, após reunião com o ministro dos Negócios Estrangeiros, com o ministro da Defesa e com o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.

Como a CNN Portugal já tinha avançado, se a NATO der indicação, Portugal pode mobilizar 1.049 militares destacados no âmbito da Very High Readiness Joint Task Force, uma força conjunta multinacional de elevada prontidão capaz de assegurar uma resposta militar rápida a uma crise emergente.

O primeiro-ministro admitiu que a preferência é sempre a solução diplomática e não a confrontação, mas referiu que a resposta militar de dissuasão deve ter como objetivo “evitar uma escalada de conflito e a expansão do mesmo aos países da NATO”.

António Costa reconheceu ainda que uma das grandes consequências da guerra é um aumento do número de pessoas que têm de abandonar as suas casas e fugir dos seus países, pelo que o primeiro-ministro aproveitou a conferência de imprensa para deixar uma garantia: “ os ucranianos residentes em Portugal têm sido muito bem-vindos e os seus familiares que entendam que devem procurar em Portugal a segurança são também muito bem-vindos".

Dessa forma, o primeiro-ministro deu indicação às embaixadas na Ucrânia e países vizinhos "para ser agilizada a emissão de vistos para quem pretenda vir para Portugal". Por outro lado, está também ativo um plano de retirada de portugueses e luso-ucranianos que queiram abandonar o país. “Caso seja necessário, será ativado quando assim for solicitado", garantiu o primeiro-ministro.

No entanto, como explica Costa, "este plano de evacuação passa necessariamente pela utilização de países vizinhos, uma vez que o espaço aéreo na Ucrânia está encerrado".

O primeiro-ministro repetiu ainda o apelo multiplicado pelos diferentes líderes esta manhã de que a ação militar da Rússia na Ucrânia "não seja mais um passo numa escalada que tenha continuidade, mas, pelo contrário, em nome de toda a humanidade, a Rússia pare com o ataque e dê espaço para que o diálogo prossiga".

António Costa prometeu ainda que Portugal garantirá a proteção internacional, explicando que espera que a União Europeia adote, “sem a menor restrição”, “as suas responsabilidades nesta matéria, como no passado fizemos relativamente aos refugiados vítimas das guerras da Líbia e da Síria".

"Espero que os 27 fiquem, de uma vez por todas cientes, que o desafio de acolher refugiados é mesmo um dever que nos implica a todos", acrescentou.

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