Num aeródromo secreto no Leste da Europa, o esforço para enviar armas à Ucrânia avança a grande velocidade

CNN , Oren Liebermann
7 mar 2022, 14:00
Armas para a Ucrânia (Anatolii Stepanov/Getty Images)

Na semana passada, o chefe de Estado-Maior dos EUA, o general Mark Milley, foi a um aeródromo secreto perto da fronteira ucraniana que se tornou um centro de distribuição de armamento, disse um oficial sénior do Departamento da Defesa, supervisionando em primeira mão o esforço multinacional para fazer chegar armas à invasão injustificada da Ucrânia por parte da Rússia.

Enquanto esteve no aeródromo, Milley encontrou-se com tropas e pessoal e examinou a atividade da expedição, disse o oficial, na sexta-feira. O local encheu-se de atividade nos últimos dias, passando de meia dúzia de voos diários para cerca de 17, a capacidade máxima do aeródromo.

A localização do aeroporto continua secreta para proteger a expedição de armas para a Ucrânia, incluindo mísseis antitanque. O exército russo não atacou estes carregamentos assim que entrou na Ucrânia, disse o oficial, mas há alguma preocupação de que a Rússia comece a atacar as entregas, à medida que a invasão avança.

Ainda antes de a invasão russa começar, no mês passado, os céus acima da Europa tinham estado repletos de aeronaves com cargas militares dos EUA e outros, particularmente C-17, que são o pilar da frota aérea norte-americana. Os voos têm estado a reposicionar tropas ao longo do flanco oriental da NATO, mas também têm movimentado armas para os pontos de transferência onde estas podem ser entregues na Ucrânia. A frequência dos voos tem vindo a aumentar.

O Comando Europeu dos Estados Unidos (EUCOM) está no centro da enorme operação de distribuição, utilizando a sua rede de ligação com os aliados e parceiros para coordenar “em tempo real” o envio de materiais para a Ucrânia, disse um segundo oficial do Departamento de Defesa.

O EUCOM também se está a coordenar com outros países, incluindo o Reino Unido, no que toca ao processo de entrega “para garantir que estamos a usar os recursos a uma eficiência máxima para apoiar os ucranianos de forma organizada”, acrescentou o oficial.

Desde que a invasão russa começou, 14 países enviaram assistência de segurança à Ucrânia, disse o oficial, apesar deles raramente terem enviado equipamento tão substancial.

A “grande maioria” de um pacote de assistência à segurança dos EUA, de 350 milhões de dólares (322 milhões de euros), já tinha sido entregue à Ucrânia, segundo o oficial, apenas uma semana depois de ter sido aprovado na Casa Branca.

Aproximadamente 240 milhões de dólares (221 milhões de euros) do pacote chegaram à Ucrânia e o restante deverá chegar no prazo de dias, talvez semanas, “mas não mais do que isso”, disse o oficial, na sexta-feira. As componentes que já foram entregues incluem “a maioria dos recursos necessários, como recursos antitanque”.

Uma vez na posse das armas, os ucranianos têm-nas usado para abrandar e empatar os ataques russos em diferentes partes da Ucrânia.

“Penso que estamos todos impressionados com a eficiência com que as Forças Armadas ucranianas têm utilizado o equipamento que lhes foi fornecido”, disse o oficial.

Talvez o mais notável seja uma escolta russa, que se estende por 64 km numa estrada a norte de Kiev, a capital ucraniana, que mal se moveu em dias.

“Sabemos que eles atacaram aquela escolta e que esses ataques conseguiram abrandá-la e travá-la”, disse outro oficial sénior do Departamento de Defesa, na sexta-feira.

Os ucranianos já têm treino no equipamento que está a ser enviado, incluindo algum treino “mesmo a tempo”, no final de dezembro e início de janeiro, disse o oficial sénior, acrescentando que os ucranianos podem “utilizar competentemente” a grande maioria do equipamento militar que lhes é enviado.

A velocidade a que os EUA entregam armas à Ucrânia é drasticamente mais rápida do que há apenas dois meses. A maior parte de um pacote de 200 milhões de dólares (184 milhões de euros) aprovado no final de dezembro foi entregue num mês, apesar de algumas das munições ainda não terem sido enviadas, disse o oficial.

Entretanto, o pacote completo de 350 milhões de dólares, que o oficial descreveu como sendo o maior levantamento de crédito presidencial na história, deverá ser entregue dentro de dias ou semanas.

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