E da Rússia chega uma mensagem na véspera de novas eleições nos EUA: "Interferimos no passado, interferimos agora e vamos continuar a interferir" nas eleições americanas

7 nov 2022, 17:44
Yevgeny Prigozhin fotografado em 2016 (Foto: Mikhail Svetlov/Getty Images)

Revelação de Yevgeny Prigozhin numa publicação do Telegram

O empresário russo Yevgeny Prigozhin, fundador da organização paramilitar Grupo Wagner, disse esta segunda-feira que a Rússia já interferiu em eleições passadas dos Estados Unidos - e que continuará a fazê-lo. 

"Nós interferimos no passado, interferimos agora e vamos continuar a interferir", escreveu o oligarca no Telegram, em resposta a uma questão sobre a possibilidade de interferência russa nas eleições intercalares desta terça-feira. "Cuidadosamente, de forma precisa, cirúrgica e à nossa própria maneira". 

A comprovar-se, esta será a primeira vez que um oligarca com ligações ao Kremlin reconhece publicamente ter influenciado o processo de eleições legislativas norte-americano. Apesar de Prigozhin não ser membro do governo russo, mantém uma relação próxima com Vladimir Putin e tem estabelecido contractos lucrativos com escolas e forças armadas russas, através da empresa privada Grupo Wagner. 

Conhecido como o "Chef de Putin", devido aos serviços de catering que as suas empresas forneciam ao Kremlin, Prigozhin viu o seu poder e influência aumentar significativamente ao longo dos anos. Envolto em mistério, o líder do grupo de mercenários ganhou notoriedade no período entre 2014 e 2016, onde a sua empresa teve um papel bastante ativo nos conflitos no Donbass e na Síria. 

Atualmente, com a guerra na Ucrânia, tornou-se um dos principais rostos do esforço militar russo, chegando mesmo a criticar abertamente algumas das mais altas chefias militares russas, particularmente o ministro da Defesa russo e um dos principais aliados de Putin, Serguei Shoigu, por acreditar que a Rússia tem sido excessivamente branda na sua condução da guerra.

Antes do presidente russo ter decretado a mobilização parcial, dono do maior exército privado russo foi visto e filmado em várias prisões do país, onde tentava recrutar prisioneiros para combater na Ucrânia, em troca do perdão ou da atenuação das suas penas. Estes soldados têm sido utilizados com bastante frequência na tentativa da conquista da cidade de Bakhmut, no Donbass, desde o início de julho, mas sem sucesso. 

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