Ataques atingem escola e lar de idosos na Ucrânia, Zelensky alerta para perigo de a guerra escalar para outros territórios. O que aconteceu até agora no 25.º dia da guerra

CNN Portugal , BCE
20 mar 2022, 17:40

A invasão russa à Ucrânia começou há quase um mês. Os russos ganham terreno e cidades no leste do país e mantêm os ataques na região ocidental.

Mariupol, cidade no leste da Ucrânia, voltou a ser alvo de bombardeamentos. Uma escola convertida em abrigo para cerca de 400 pessoas foi atingida. Um lar de idosos, localizado em Lugansk, foi alvo de um ataque, que matou pelo menos 56 pessoas. Em Kiev, um bombardeamento fez cinco feridos, dois dos quais estão hospitalizados.

Zelensky deu uma entrevista à CNN, na qual reiterou a sua disponibilidade para negociar com Vladimir Putin. No entanto, o presidente ucraniano alertou que qualquer negociação falhada pode transformar este conflito numa “Terceira Guerra Mundial”.

Um resumo dos acontecimentos que marcaram este domingo:

Número de crianças refugiadas supera 1,5 milhões, diz UNICEF. Em entrevista à CNN, um porta-voz da UNICEF, Joe English adiantou também que há mais 3,3 milhões de menores deslocados em território ucraniano. Desde o início do conflito, a organização estima que 150 crianças já tenham perdido a vida, a que se juntam mais 160 feridas.

ONU diz que 10 milhões de ucranianos abandonaram as suas casas. O Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados, Filippo Grandi, afirmou que já 10 milhões de pessoas abandonaram as suas casas na Ucrânia, sendo neste momento refugiados ou deslocados internos.

Mais de 900 civis mortos desde o início da guerra. A ONU contabiliza 902 civis mortos desde o início da invasão russa à Ucrânia. Há ainda 1459 feridos desde 24 de fevereiro. A organização ressalva, contudo, que o total de vítimas pode ser muito maior, dada a dificuldade em obter informações de cidades muito atacadas, como Mariupol e Sumy.

Bombardeamento em Kiev faz cinco feridos. O autarca da capital ucraniana, Vitali Klitschko, adiantou no Telegram que um ataque russo com um projétil no distrito de Sviatoshyn fez cinco feridos, não havendo para já confirmação de mortes. Dois dos feridos estão hospitalizados.

Zelensky diz estar preparado para negociar com Vladimir Putin. Em entrevista à CNN, o presidente ucraniano disse estar "preparado para negociar" com o seu homólogo russo: "Estou preparado há dois anos. Penso que, sem essas negociações, não podemos acabar com esta guerra. Se temos apenas 1% de hipótese de acabar com esta guerra, que temos de a aproveitar." Numa declaração ao parlamento de Israel, Zelensky traçou um paralelismo entre a invasão russa e a Segunda Guerra Mundial, dizendo que o Kremlin está a discutir a “solução final” para a Ucrânia, expressão utilizada pelos nazis no seu plano para exterminar os judeus.

Autoridades de Mariupol com dificuldades a obter dados de vítimas do ataque desta manhã a uma escola. Um conselheiro do autarca de Mariupol adiantou que as autoridades locais estão com dificuldades em saber quantas pessoas estavam abrigadas na escola que foi alvo de um ataque aéreo na manhã deste domingo. "Até agora, não há dados operacionais exatos sobre quantas pessoas estavam escondidas no abrigo ou o número de vítimas. Espero que consigamos ter esses dados mais tarde. Mas a situação é difícil", disse Petro Andrushenko. Esta manhã, as autoridades estimavam que 400 pessoas estavam abrigadas naquela escola.

Quase 40 mil pessoas já fugiram de Mariupol. A autarquia de Mariupol, citada pelo Kyiv Independent, afirma que 39 mil pessoas já fugiram da cidade cercada de Mariupol rumo a Zaporizhzhia, apesar dos bombardeamentos constantes das tropas russas. Desta cidade, há também relatos de civis que estão a ser levados à força para zonas controladas pelos russos.

Sistemas de mísseis Patriot chegam à Eslováquia. O ministro da Defesa da Eslováquia, Jaroslav Nad, adiantou que vários sistemas de mísseis Patriot, concebidos para intercetar aeronaves e outros mísseis, estão a ser instalados no país, vindos de outros países da NATO para reforçar as defesas da Aliança no flanco leste. Os sistemas serão operados por tropas alemãs e neerlandesas.

Parlamento ucraniano afirma que 115 crianças já perderam a vida desde o início da guerra. A instituição afirmou ainda que mais de 140 crianças ficaram feridas durante a ofensiva.

Manifestantes bielorrussos e ucranianos protestam na fronteira entre os dois países. Segundo a Nexta, os manifestantes bielorrussos e ucranianos na fronteira de Kukuryki-Kozlovichy exigem o bloqueio da passagem de camiões vindos da Rússia e da Bielorrússia.

Rússia afirma ter recebido 335 mil refugiados de Donbass. Citando fonte governamental, a agência Tass avança que a Rússia já recebeu 335 mil refugiados, incluindo 71 mil crianças, vindas das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk, na região de Donbass.

Zelensky suspendeu a atividade de vários partidos políticos com ligações à Rússia. Entre os 11 partidos suspensos, destaca-se a Plataforma da Oposição – Pela Vida, que tem 44 dos 450 deputados no parlamento ucraniano. O presidente da Ucrânia prolongou ainda a lei marcial em 30 dias, até ao dia 26 de abril.

Turquia admite "quase acordo" em quatro das seis questões em discussão. O chefe da diplomacia turca, Mevlut Çavusoglu, disse ter esperança num cessar-fogo na Ucrânia, ao admitir que as duas partes “quase concordam” em quatro das seis questões em discussão. Ainda assim, "algumas questões precisam de ser decididas ao nível da liderança”, acrescentou Çavusoglu, numa entrevista ao jornal turco Hurriyet, citada pela agência espanhola EFE.

Ataque a lar de idosos em Lugansk fez 56 mortos, alega a Ucrânia. Os Serviços Estatais de Comunicações Especiais ucranianos anunciaram a morte de 56 pessoas num ataque russo a um lar de idosos em Kreminna, na região de Lugansk. A mesma fonte adianta que os 15 sobreviventes foram raptados pelas tropas russas e levadas para território ocupado pela Rússia.

Europa

Mais Europa

Patrocinados