"Não há fraturas irreparáveis": Rui Rocha chega à convenção com "discurso em mente", Carla Castro apoia-se na "grande adesão" das bases

22 jan 2023, 09:45

Os liberam votam este domingo para escolher o novo presidente do partido, numa disputa entre Carla Castro, Rui Rocha e José Cardoso

Os três candidatos à liderança da Iniciativa Liberal (IL) já chegaram esta manhã ao Centro de Congressos, em Lisboa, onde decorre o último dia a VII Convenção Nacional do partido, a primeira que conta com mais do que um nome à corrida à presidência.

À chegada, Rui Rocha cumprimentou o líder cessante, João Cotrim Figueiredo, com um abraço diante das câmaras dos jornalistas e admitiu chegar ao dia da eleição com "um discurso em mente", apenas por ser "uma pessoa previdente".

"Isso não significa que o resultado não possa ser qualquer. O importante é que os membros decidam. O discurso depois logo se vê", acrescentou o candidato que conta com o apoio de Cotrim Figueiredo.

Rui Rocha diz não ter dúvidas de que a lista L, que encabeça, "foi a única que apresentou realmente uma visão do país", razão pela qual acredita ter entrado nesta corrida "com uma clara vantagem". "Não considero sequer [que a campanha eleitoral] tenha sido renhida", apontou.

Ainda assim, recusa a ideia de que as divergências internas que ficaram evidentes no primeiro dia desta convenção sejam "fraturas irreparáveis".

"É natural que numa eleição disputada com diferentes visões haja alguns momentos em que algum excesso é cometido, mas isso não é o mais importante. O mais importante é o partido, aquilo que acontecerá a partir desta tarde, e eu estou absolutamente convencido que a partir desta tarde vamos ter a mesma IL de sempre, mas mais forte ainda", declarou.

Momentos antes, Carla Castro chegou ao Centro de Congressos acompanhada da sua comitiva e salientou a "grande adesão" que tem sentido por parte dos apoiantes liberais ao seu projeto. "Ontem ouvimos a sala, hoje vamos ouvir os membros", acrescentou.

Questionada pelos jornalistas à entrada para o edifício sobre se já trazia um discurso escrito em caso de vitória, a candidata, que conta com o apoio de figuras do partido como o ex-candidato a Belém, Tiago Mayan, respondeu apenas "sobretudo no coração".

Confrontada com as críticas de João Cotrim Figueiredo, que a acusou de "falta de hombridade", Carla Castro disse que, “discordando” dessas palavras, hoje prefere concentrar-se no projeto de futuro da IL.

“O que estamos a propor é continuar tudo o que correu bem e uma alternativa para a gestão interna do partido diferente”, assinalou, acrescentando depois o mote que tem marcado a sua campanha eleitoral e os discursos na convenção: "O objetivo é estarmos todos unidos a combater o socialismo."

Por sua vez, conselheiro nacional, José Cardoso, admite à CNN Portugal que não gosta de "fazer prognósticos", mas acredita que o partido precisa "construir um projeto político diferente" e que a sua lista se assume como a alternativa que permite cumprir esse objetivo.

José Cardoso distancia-se da "crispação interna" no partido, que se tornou evidente no primeiro dia da convenção dos liberais. "Eu não dei contributo de certeza para essa crispação. Obviamente não concordo com essa forma de fazer política, que repete o que os grandes partidos fazem. Não gosto e espero que na próxima façamos um pouco melhor", lamentou.

Com esta candidatura, o conselheiro nacional "quis chamar a atenção para a prática política", que deve ser "diferente", sobretudo para um partido liberal, vincou. "É importante para um partido liberal construir uma maneira de fazer política diferente. Disse isso muitas vezes na campanha", começou por explicar.

"Até aqui todos os anjos ajudaram, porque as pessoas que se juntaram foram as que tinham mais informação sobre o que é o liberalismo. A partir de agora, é preciso construir um projeto político sólido, mais abrangente, que consiga ir buscar outras áreas da sociedade, para conseguirmos passar dos 10% e podermos ser um partido que possa participar no Governo", sustentou.

Os liberais votam este domingo para escolher o novo presidente do partido. São cerca de 2.300 os membros inscritos nesta convenção eletiva, a primeira em que conta mais do que uma lista à comissão executiva, num calendário eleitoral antecipado provocado pela decisão de João Cotrim Figueiredo não concluir o seu mandato.

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