Rio exige compromisso de Costa na hora de negociar e não arrisca pedir maioria absoluta

18 dez 2021, 23:09

Em entrevista à CNN Portugal, o presidente do PSD garantiu que vai seguir o conselho dado por um dos opositores internos, Luís Montenegro.

Rui Rio assegurou este sábado que vai pressionar António Costa sobre um eventual apoio a um governo minoritário do PSD, como sugerido por Luís Montenegro, seu opositor interno, que propôs um “teste do algodão” ao primeiro-ministro. “Vou utilizar naturalmente essa ideia”, afirmou em entrevista à CNN Portugal. No fundo, pedir reciprocidade à abertura para o diálogo já demonstrada pelos sociais democratas.

“Se o ciclo mudar, e mudar da forma como é mais expetável, ganharmos sem maioria absoluta, o PS contribui para a governabilidade do país ou fecha-se?”, traçou o social democrata. O presidente do PSD reforçou que a abertura não se trata de uma via verde a um governo socialista. “Não estou a dizer que, se o PS ganhar, eu viabilizo o Governo. O que quero é que haja disponibilidade para negociar de uma forma séria”, explicou.

Já questionado sobre os receios de uma nova geringonça à esquerda, Rio foi categórico: “teoricamente sim. Na prática, parece difícil”.

Maioria absoluta? “Dificílimo”

Rio disse não ter “medo nem preconceito” em pedir uma maioria absoluta mas reconheceu que esse cenário é “dificílimo”. Sendo o mais votado, um acordo com o CDS-PP, o “parceiro por natureza”, seria o cenário a seguir.

O líder social democrata admitiu gostar dos discursos feitos pelos seus principais críticos internos. “Há ali um que não gostei. Acho que não esteve muito bem”, disse, numa referência a Miguel Pinto Luz, que vincou as divisões internas no partido.

Para o encerramento dos trabalhos, neste domingo, Rio prometeu um discurso “mais prático, mais direto, menos teórico”. Se tivesse de eleger a prioridade para uma legislatura seria “o combate por uma economia mais competitiva”, que permita melhores salários.

Sobre a possível vinda de Pedro Santana Lopes ao Congresso do PSD, avançada pela CNN Portugal, Rio deixou a porta aberta. O antigo militante foi “convidado protocolarmente, na qualidade de ex-presidente do partido”. Seria um apoio de peso? “É preferível para o PSD ter qualquer português, começando pelo Dr. Santana Lopes, a apoiar”.

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