Rio escusa-se a comentar candidatura de Luís Montenegro. "Era o que faltava eu comentar candidatos"

Beatriz Céu , com LUSA
29 mar 2022, 14:53
Rui Rio

O líder dos sociais-democratas fez alguns comentários ao novo Governo, destacando o que classificou como a "escolha polémica" - a nomeação de Pedro Adão e Silva para o ministério da Cultura

O líder do PSD, Rui Rio, escusou-se a comentar, esta terça-feira, à chegada à Assembleia da República, a candidatura de Luís Montenegro como seu sucessor para a presidência dos sociais-democratas. 

"Não vou fazer comentários sobre esse candidato nem sobre qualquer outro candidato. Obviamente vou-me mantar afastado disso. Era o que faltava eu comentar candidatos e intervir em eleições para o meu sucessor", disse, em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República.

Em relação aos nomes que indicará para o Conselho de Estado, o órgão de consulta política do Presidente da República, Rio remeteu a resposta para “a altura certa”, ou seja, "quando forem marcadas as eleições" para a indicação dos representantes do parlamento.

Já sobre se a escolha do candidato a líder parlamentar anunciado na segunda-feira, Paulo Mota Pinto, não poderá ser considerada uma “uma provocação” ao agora candidato à liderança Luís Montenegro, pelas tensões com apoiantes seus em vários Conselhos Nacionais, Rio considerou que “há sempre quem possa aplaudir ou achar isto ou aquilo”.

“É uma pessoa competente, com estatuto académico e social superior, foi sempre a minha preocupação ao escolher e fazer propostas, propor sempre soluções de credibilidade”, afirmou, remetendo para o próprio a pergunta se porá o lugar de líder parlamentar à disposição quando for eleito o próximo líder do PSD.

Questionado sobre o novo Governo liderado por António Costa, Rio começou por dizer que "a apreciação sobre o governo deve ser feita passado algum tempo de o governo estar em funções".

"Mas noto que há um traço dominante muito forte do aparelho partidário naquilo que são as pastas políticas", acrescentou.

O líder dos sociais-democratas destacou a "escolha polémica" para a pasta da Cultura, Pedro Adão e Silva. "Sabemos que se impôs na vida pública fundamentalmente através de comentários permanentemente a defender o governo como se de um comentador independente se tratasse e todos nós percebíamos que não era independente, era um comentador ligado ao governo."

Sobre Fernando Medina na pasta das Finanças, o líder dos sociais-democratas disse que irá "aguardar o desempenho" do agora ministro, reconhecendo que "há muitas críticas" a essa nomeação em particular.

Rio diz que Santos Silva “tem currículo” e condições para ser "bom presidente" da AR

Questionado se Augusto Santos Silva poderá ser um bom presidente da Assembleia da República, Rio respondeu: “Pode, claro que pode. Tanto pode ser um bom como um mau presidente, à partida não vamos dizer que é uma escolha sem lógica nenhuma. Claro que tem lógica, claro que tem currículo, portanto tem condições para ser um bom presidente, vamos ver ao longo do tempo."

Sobre os resultados da repetição das eleições legislativas do círculo eleitoral da Europa, Rui Rio garantiu que não se arrepende de ter pedido o recurso sobre anulação dos votos dos emigrantes em algumas mesas de voto, o que lhe custou um deputado para o PS.

"Como é que alguém se pode arrepender de ter pedido o cumprimento da lei?", questionou, lembrando que o Tribunal Constitucional "deu razão" ao PSD e aos outros partidos que pediram o recurso da contagem dos votos, nomeadamente Chega, PAN, Livre e Volt Portugal.

O presidente do PSD, que vai abandonar a liderança do partido num processo que ficará concluído no início de julho, foi questionado se assumirá até ao fim o mandato de deputado, tendo confirmado que não.

“Aquilo que é a minha intenção é cumprir esta sessão legislativa”, disse, confirmando o que já tinha dado como provável em fevereiro, que seria ficar no parlamento apenas enquanto presidisse ao partido.

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