Rio Rio à CNN Portugal: “Não quero o eleitorado do Chega"

28 dez 2021, 07:00

Rui Rio dá esta terça-feira uma entrevista à CNN Portugal em exclusivo, onde esclarece que o partido de André Ventura nunca será uma opção de coligação, recusando ser governo ao lado da "extrema direita"

O presidente do PSD exclui uma coligação pós-eleitoral com o Chega, mesmo que seja a única forma de alcançar uma maioria de direita nas eleições Legislativas de 30 de janeiro. Rejeita, aliás, qualquer acordo com o partido de André Ventura.

“Não quero o eleitorado do Chega porque o Chega teve um vírgula poucos por cento, é uma coisa mínima. Neste caso, quero é manter eleitorado do PSD no PSD e não fugir para a extrema direita”, explica Rui Rio em entrevista exclusiva à CNN Portugal, que será emitida nesta terça-feira, na íntegra, pelas 22:00 horas.  

Segundo os dados eleitorais das Legislativas de 2019, o Chega recebeu 1,29% dos votos, num total de quase 68 mil votos, elegendo um único deputado, André Ventura, para o Parlamento. Mas o partido tem crescido e nas autárquicas deste ano subiu para 4,16%.

Ainda assim, a porta está fechada ao Chega, que não é partido que agrade ao líder do PSD. “Não tenho nenhuma simpatia [pelo Chega]", começa logo por esclarecer Rui Rio nesta entrevista onde cava um distanciamento entre as duas forças políticas. E quando é referido o partido de André Ventura, o presidente social-democrata faz até questão de recordar o seu percurso político antifascista, uma forma de se distanciar da “extrema direita”, apesar de até ter dado  jeito para segurar o parlamento açoriano e o Governo Regional dos Açores do social-democrata José Manuel Bolieiro.

“Comecei nisto [da política] ainda antes do 25 de Abril, contra o Estado Novo, que tem o trajeto que tem, ninguém pode ter medo que aceite o que quer que seja de qualquer partido, de qualquer interesse, contra aquilo que são os princípios fundamentais da liberdade, do Estado de Direito, da solidariedade, do respeito pelas minorias”, sublinha Rui Rio.

Depois de António Costa e Rio Rio, seguem-se as entrevistas de perfil com Catarina Martins, coordenadora nacional do Bloco de Esquerda; e Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP. Os quatro são os líderes partidários mais antigos em funções nos partidos representados na Assembleia da República na última legislatura, tendo liderado a “geringonça” e a oposição. Os líderes dos dois maiores partidos têm ambos uma carreira política com 40 anos.

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