Rio acusa Francisca Van Dunem de normalizar mistura de votos válidos com inválidos

Agência Lusa , PF
13 fev 2022, 19:33
O presidente do PSD, Rui Rio, fala aos jornalistas após reunir com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

"Não vamos deixar passar isto em claro", afirmou Rui Rio na sexta-feira, no Porto, considerando que tem de "haver um processo-crime para quem cometeu este crime para que, da próxima vez, estas coisas não aconteçam e não fiquem impunes"

O presidente do PSD acusou hoje a ministra Francisca Van Dunem de considerar normal que se tivessem misturado “propositadamente” votos válidos com inválidos em mesas de apuramento dos resultados das legislativas no círculo da Europa.

Esta posição de Rui Rio foi transmitida na sua conta pessoal na rede social Twitter, depois de esta manhã o Ministério da Administração Interna ter emitido um comunicado em que se classifica como “deplorável” o desfecho de um processo que teve como resultado a anulação de mais de 80% dos votos no círculo da Europa.

“A senhora ministra [Francisca Van Dunem] que é magistrada de carreira acha que uma dúzia de pessoas pode decidir não cumprir a lei, e também acha normal que se misture propositadamente os votos válidos com os inválidos para que todos sejam anulados. Tudo natural numa República Socialista das Bananas”, escreveu o líder social-democrata.

No comunicado esta manhã difundido pelo MAI, não consta qualquer referência ao episódio de em várias mesas de apuramento dos resultados terem sido misturados votos que cumpriram todos os requisitos legais de identificação com votos (sob protesto por parte do PSD) que não vinham acompanhados pela cópia de documento de identificação, como a lei exige.

A mistura de votos válidos com votos sob protesto no apuramento dos resultados dos círculos da emigração levou já o PSD a anunciar que irá apresentar uma queixa-crime no Ministério Público.

"Não vamos deixar passar isto em claro", afirmou Rui Rio na sexta-feira, no Porto, considerando que tem de "haver um processo-crime para quem cometeu este crime para que, da próxima vez, estas coisas não aconteçam e não fiquem impunes".

Em relação ao caso dos votos que não se fizeram acompanhar por cópia de documento de identificação – e que motivaram a anulação de cerca de 80% do total de votos do círculo da Europa -, o MAI classifica como “deplorável” a situação criada, mas salienta que o Ministério esteve fora deste processo.

“Este é um resultado que o MAI não pode deixar de deplorar, não só pelo significado desse resultado em termos de limitação do exercício de um direito fundamental a um número tão elevado de eleitores, como pela desvalorização do enorme esforço feito pela Administração Eleitoral (AE) para garantir a mais ampla participação possível dos eleitores nacionais com residência no estrangeiro, neste contexto de pandemia”, salienta-se no comunicado.

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