Presidente do PSD admite ver projeto-lei do PS sobre adiamento da extinção como "positivo". Sobre a necessidade de novas medidas para combater a nova fase da pandemia, o presidente do PSD admite apoiar o reforço do uso da máscara, da testagem e dos certificados digitais
Rui Rio abordou esta quarta-feira o projeto-lei entregue pelo Partido Socialista para atrasar a extinção do SEF por seis meses, como uma solução para o agravamento da pandemia e a necessidade de reforço das fronteiras. O presidente do PSD reafirmou que o partido é contra a extinção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras e, como tal, vê a proposta como positiva.
“Considerando que no dia 30 de janeiro há eleições legislativas, isto dá até a possibilidade do governo saído dessas eleições poder repensar essa situação. Portanto, desse ponto de vista, daquilo que é a nossa posição, parece-me positivo”, afirma Rio que foi ouvido esta quarta-feira por António Costa sobre evolução pandémica em Portugal.
Rui Rio define ainda a questão em volta da extinção da força como "errática" e que, para ele, dá a ideia de que a extinção do SEF "está a ser feita para desculpar as falhas do ministro da Administração Interna".
Este adiamento é ainda visto pelo principal partido da oposição como um "ponto de fraqueza, uma derrota para o Governo".
"De qualquer modo, aquilo que temos em frente, agora, será o adiamento de seis meses. O adiamento de seis meses para quem defende que (o serviço) não deveria ser extinto, obviamente que é um aspeto positivo", descreve.
Esta quarta-feira, a CNN Portugal noticiou em exclusivo que o SEF lançou três concursos internos para promover chefias, num total de 50, após ter sido noticiado que o serviço seria extinto. Os concursos foram lançados nos meses de março e abril de 2021.
O último concurso foi assinado pelo diretor nacional do SEF, Luís Francisco Botelho Miguel, um dia antes do Conselho de Ministros aprovar formalmente a extinção do SEF, no dia 8 de abril.
Rui Rio disponível para apoiar reforço do uso da máscara e acelerar vacinação
À margem do seu encontro com o primeiro-ministro, Rui Rio disse que é consensual a necessidade de se voltar a instalar todos os centros de vacinação necessários, "no sentido de se ir cumprindo a terceira dose na população portuguesa ao fim de cinco meses".
"Como muitas outras vacinas, também esta precisa de um reforço da dose", disse, manifestando ainda apoio a que o uso de máscaras, em espaços que registem aglomerados, seja obrigatória e reforçando a exigência do certificado de vacinação e da testagem.
Sobre se estas medidas de combate à pandemia, que Rio garante ainda não saber quais são, forem concretizadas, o líder dos sociais-democratas diz que, "daqui a 30 dias, a minha posição é estar ao lado da solução".
Se Portugal precisar de um reforço adicional, o PSD está disponível para estar ao lado da saúde pública e do interesse do país", avança.
Contudo, Rio estabelece um limite. O reforço das medidas só fará sentido desde que não coloquem obstáculos ao normal andamento da pandemia. Ou seja, "fazer tudo aquilo que seja necessário para proteger a população, sem chegarmos ao ponto em que se chegou no ano passado: confinamentos e fechos de negócios".
Questionado se as soluções que defende são moderadas em demasia, especialmente dado o cenário que Portugal viveu no final de 2020 e no início deste ano, Rui Rio responde que, na época festiva, tem de existir "maior consciência pessoal". Nas festas de final de ano, em particular, o presidente do PSD pede que certificados de vacinação e testes ditem as entradas em eventos.