A primeira confissão de Rosa Grilo em tribunal já tinha sido escutada num telefonema realizado na prisão. Ouça a conversa de 2021

30 mai 2023, 16:51
Rosa Grilo confessa homicídio do marido

Na altura, Rosa implicou o ex-amante António Joaquim no crime e acabou por pedir desculpa ao filho, aos pais, à sua família e à família de Luís Grilo

Apesar de surpreendente, esta não foi a primeira confissão de Rosa Grilo. A 2 de maio de 2021, a mulher do triatleta contou ao perito forense João de Sousa: “Sim, fui eu que matei o Luís". Esta foi, no entanto, a primeira vez que Rosa detalhou tudo o que antecedeu a morte de Luís Grilo e o fez em tribunal. 

A primeira confissão ocorreu quando Rosa Grilo estava em prisão preventiva, através de um telefonema para João de Sousa, feito do interior do estabelecimento prisional de Tires, onde ainda se encontrara e deverá passar o resto do tempo da pena máxima, de 25 anos.

A gravação da confissão foi divulgada, no YouTube, pelo próprio ex-consultor forense João de Sousa. No telefonema, podia ouvir-se Rosa Grilo a dizer: “Quero terminar com isto. Vou desistir dos recursos. Já chega”. Nesta primeira confissão, o ex-amante António Joaquim também era implicado no crime. António Joaquim também foi condenado a 25 anos de prisão pela morte de Luís Grilo.

O telefonema foi divulgado depois de tanto a advogada Tânia Reis como o próprio João de Sousa terem abandonado a equipa de defesa de Rosa Grilo. Na altura, justificaram a decisão com uma alegada quebra de confiança com a cliente. Ambos foram acusados de favorecimento, posse de arma ilegal e simulação de crime e foi nesse julgamento que Rosa Grilo detalhou agora o crime.

No telefonema divulgado em 2021, Rosa Grilo deixou ainda pedidos de desculpa ao filho, aos pais, à sua família e à família de Luís Grilo: "Arrependo-me muito".

O que leva Tânia Reis e João de Sousa ao banco dos réus?

O julgamento da ex-advogada de Rosa Grilo e do antigo perito forense João de Sousa prende-se com a suspeita de favorecimento pessoal, posse de arma ilegal e simulação de crime no caso da morte do triatleta Luís Grilo. 

A acusação acredita que Tânia Reis e João de Sousa colocaram uma bala na banheira da casa de Rosa e Luís Grilo, de modo a tentar sustentar a tese de que o triatleta tinha sido assassinado por outras pessoas. O tribunal de júri que julgava Rosa Grilo decidiu não incluir no processo esta alegada descoberta, que acabou por ser investigada num processo à parte e que está agora em julgamento.

Na altura, a defesa tinha requerido que fossem realizadas perícias adicionais, mas o tribunal negou o pedido, justificando que a habitação já tinha sido revistada várias vezes pela Polícia Judiciária.

Rosa Grilo, condenada em março de 2020 a 25 anos de prisão pela morte do triatleta, sempre negou o crime, que imputou a "uns angolanos" com quem o companheiro teria negócios relacionados com diamantes. Neste telefonema, a mulher admitiu ainda que a história dos angolanos não terá passado de uma invenção sua.

A viúva do triatleta foi considerada a autora moral e material da morte do marido e apanhou a pena mais pesada prevista no código penal português.

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