Roger Waters ameaça ir para tribunal devido a cancelamentos de concertos

17 mar 2023, 10:17
O músico Roger Waters (AP)

Em fevereiro, Frankfurt cancelou o concerto que deveria realizar-se a 28 de maio na Festhalle. E outras cidades alemãs podem fazer o mesmo

Depois de ter sido chamado de "antissemita" e ter visto o concerto em Frankfurt ser cancelado, Roger Waters veio agora dizer que está disposto a avançar com ações a nível judicial contra as autoridades da cidade alemã e outras que possam vir a fazer o mesmo.

De acordo com o The Guardian, o músico instou o escritório de advogados a resistir a qualquer cancelamento de espetáculos. Em declarações ao jornal britânico, Ralf Höcker, sócio da empresa, explicou que vão avançar com providências cautelares contra os municípios se os espaços ou os promotores forem instruídos a cancelar concertos. É o caso de Munique, onde uma coligação de partidos está a tentar cancelar um concerto do músico, agendado para 21 de maio.

"A cidade de Munique está a desperdiçar dinheiro dos contribuintes numa coisa que pode não ser bem sucedida. (...) A situação legal é muito clara e mesmo assim eles continuam a avançar com isso, é inaceitável", disse Ralf Höcker, acrescentando ainda que este tipo de medidas "são inconstitucionais, sem justificação e baseadas em falsas acusações".

Em fevereiro, a cidade de Frankfurt cancelou o concerto que deveria realizar-se a 28 de maio na Festhalle. O município, que detém 60% da sala de espetáculos, e o estado de Hesse, proprietário dos restantes 40%, chegaram a acordo e anunciaram o cancelamento daquele que dizem ser "um dos antissemitas mais conhecidos do mundo".

O músico tem estado nas bocas do mundo devido à sua posição em relação à guerra na Ucrânia. Numa entrevista à CNN Internacional, em agosto do ano passado, o ex-Pink Floyd afirmou que Joe Biden e os Estados Unidos estavam "a alimentar a guerra na Ucrânia". 

"Porque é que os Estados Unidos não encorajam Zelensky a negociar, acabando com a necessidade desta guerra horrenda que está a matar nem sabemos quantos ucranianos?", questionou. Perante a intervenção do jornalista, que afirmou que Waters estava a culpar "o lado que foi invadido", o músico britânico argumentou que "deveríamos olhar para a História" e culpou a NATO pelo conflito.

Para além disso, é um forte defensor do movimento "boicotes, desinvestimentos e sanções (BDS)", que apela a um boicote generalizado ao estado de Israel, tendo comparado o regime do país com o apartheid na África do Sul, na relação que o Estado judeu mantém com a Palestina. Esta posição levou-o a ser acusado, por mais do que uma vez, de "antissemitismo". A cidade de Frankfurt acusou ainda o músico de usar imagens antissemitas em concertos anteriores. 

Além de estar a realizar uma tour mundial "This Is Not A Drill", atuando esta sexta-feira e este sábado em Lisboa, Roger Waters está a preparar uma nova versão de regravada de "Dark Side of the Moon", dos Pink Floyd, feita a solo e sem o envolvimento dos antigos companheiros da banda. 

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