Rock in Rio Lisboa: Black Eyed Peas voltaram à Bela Vista e provaram que o amor (e a festa) estão nos clássicos

20 jun 2022, 02:00
O segundo dia do festival Rock in Rio Lisboa (José Sena Goulão/Lusa)

63 mil pessoas estiveram este domingo no Parque da Bela Vista, em Lisboa, para assistir aos concertos que aconteceram nos sete palcos espalhados pela Cidade do Rock

Segundo dia de Rock in Rio, segundo dia de recinto cheio e em que a palavra de ordem de todos os que subiram ao palco voltou a ser uma: saudade. Black Eyed Peas eram os cabeças de cartaz deste domingo e sem Fergie como uma das vocalistas, as expectativas eram muitas para o que viria a ser o concerto. 

E o que aconteceu foi que J Rey Soul assumiu o lugar de vocalista feminina, tal como tinha acontecido em Lyon, França, no sábado, e subiu ao palco para acompanhar will.i.am, apl.de.ap e Taboo em hora e meia de concerto em que o ritmo foi sempre a subir.

A lista de clássicos começou cedo na setlist: "Started", "Boom Boom Pow", "Pump It", soaram antes de Taboo assumir o solo e conquistar o público português. 

"Não falo português, mas falo espanhol. Obrigado Portugal. Muito obrigado!", afirmou Taboo no pontão do palco antes de trazer amor ao Rock in Rio. No Parque da Bela Vista soou "Love Tonight" e a multidão não desiludiu, como aliás, em todo o espetáculo.

Black Eyed Peas no Rock In Rio Lisboa (José Sena Goulão/Lusa)

O recinto, espaçoso, pareceu tornar-se numa discoteca ao ar livre onde o espaço escasseou e onde eram visiveís todos os braços de quem os erguia no ar. E quando, já no final do concerto, will.i.am pediu que se ligassem as lanternas dos telemóveis enquanto soava a música "Where Is The Love?", o recinto transformou-se um mar de luzes.

E por falar em telemóveis, estes foram uma constante no público, mas também no próprio do concerto, com will.i.am a fazer vários diretos no seu Instagram ao longo do espetáculo. O último aconteceu já no final quando will.i.am fez a banda sentar no chão enquanto assistiam ao videoclip da música "Don’t you worry" (que conta com a participação de Shakira) "como uma família".

No final, o sentimento era de "expectativas superadas" depois de clássicos revividos ao longo de 90 minutos de concerto.

Filipa, que recebeu o bilhete uma hora antes dos concertos do Palco Mundo começarem, conta à CNN Portugal que tinha assistido ao último espetáculo da banda em Portugal, em 2004, também no Rock in Rio Lisboa, mas que gostou "mais deste".

"Gostei mais deste. E gostei mais da J Rey Soul porque a Fergie esteve um bocadinho mal na última vez".

Já para as amigas Inês e Carolina, o espetáculo da banda americana foi uma estreia que "superou as expectativas". "Foi incrível. Superou as expectativas. Sabíamos que eram músicas que já tínhamos ouvido há mais tempo, mas foi muito bom recordar".

Um prazer regressar aos palcos

Se Black Eyed Peas fecharam o segundo dia de concertos, David Carreira teve as honras de abertura. Com uma equipa de bailarinos com as coreografias ensaiadas até à perfeição (na música "Baby Boo" a namorada do artista, Carolina Carvalho, subiu ao palco) e uma lista de convidados que se desenrolou ao longo do concerto, o cantor português não escondeu a alegria de regressar ao Rock in Rio Lisboa.

"É um prazer voltar aos palcos, voltar aqui!", atirou ao público, com quem não parou de interarir. Na plateia, muitos adolescentes sozinhos com amigos ou acompanhados pelas famílias, assistiam ao espetáculo.

David e Mickael Carreira no Rock in Rio Lisboa (José Sena Goulão/Lusa)

Os primeiros convidados foram Deejay Telio e Mc Zuka, que cantaram "O problema é que ela é linda". Já antes de no final do concerto subiu a palco Kevin O Chris, com quem David Carreira lançou esta sexta-feira, o single 'O Plano', um momento que antecedeu o meddley de funk que animou as hostes durante vários minutos na cidade do Rock.

Já na penúltima música, David Carreira contou com a presença do irmão Mickael para cantar o tema 'Señorita' antes de encerrar o concerto com o seu primeiro hit: "Esta Noite".

"Eu gosto mesmo, mesmo, de dar concertos à tarde porque consigo ver as pessoas e eu gosto de interargir com o público. Gosto mesmo de sentir o público! Obrigada por terem vindo!", agradeceu o cantor.

Um concerto sem fogo de artifício

Rock in Rio não é Rock in Rio sem espetáculo de fogo de artifício, mas no caso de Ellie Goulding, que subiu a palco depois do furacão Ivete Sangalo, só o fogo de artifício fez voltar para trás o público que foi rápido a dispersar depois da britânica terminar o espetáculo.

A cantora regressou a Portugal depois de oito anos de ausência, mas teve de ir ao baú buscar os hits para animar a plateia que demorava a agarrar-se ao concerto. Tanto que o ponto alto só aconteceu já o concerto levava mais de 45 minutos, quando Goulding cantou "Outside", música que lançou com Calvin Harris em 2014, e que a fez questionar se deveria cantar "I Need Your Love" de seguida. E assim fez.

A artista, que arrancou o espetáculo com músicas do álbum “Brightest Blue”, de 2020, não conseguiu grande interação com público, e só voltaria a atingir o pico da euforia novamente com as músicas "Love Me Like You Do" (eternizada pelo filme "As 50 Sombras de Grey") e com os clássicos "Lights" e "Burn". Apesar do concerto "morno", sem coreografias, espetáculos de cor, confetis ou serpentinas, Ellie Goulding abandonou o palco agradecendo o empenho do público com um tímido obrigada antes de sair de cena.

Leia também: "Foi uma festa sensacional". Ivete Sangalo voltou a casa e, mais uma vez, foi a rainha do Rock in Rio

O Rock In Rio Lisboa regressa no próximo fim de semana com os concertos de Duran Duran, no sábado, e Post Malone, no domingo, entre outros.

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