Luís Freire: «Somos justos vencedores»

André Cruz , Estádio dos Arcos, Vila do Conde
6 nov 2022, 18:34
As melhores imagens do Casa Pia-Rio Ave (Lusa)

Treinador do Rio Ave discorda do Petit e destaque a primeira parte dos vilacondense

Declarações de Luís Freire, treinador do Rio Ave, na sala de imprensa do Estádio dos Arcos, após a vitória por 1-0, frente ao Boavista, na 12.ª jornada da Liga:

«[Concorda com Petit, que disse que o Boavista foi melhor?] Na primeira parte, o Rio Ave claramente assumiu a despesa do jogo e o Boavista em bloco médio/baixo. Tivemos muitas abordagens à área mas com pouca definição de qualidade, tivemos capacidade de roubar a bola em zona alta, fomos agressivos, ganhámos bolas perigosas mas, por vezes, hesitámos na definição. O Boavista esteve mais em contra-ataque. Na primeira parte, o Rio Ave dominou e procurou sempre ganhar. Na segunda, o Boavista entrou melhor, connosco mais em bloco baixo e, com a entrada dos jogadores, demos um cariz mais ofensivo à equipa. Numa jogada que treinámos – e daí explorarmos a profundidade hoje – acabámos por fazer 1-0, num mérito tremendo do nosso avançado [Emmanuel Boateng]. A partir do 1-0, o Boavista reage, com pontas de lança e extremos, arriscam e , pela tabela, pela importância de vencer e por estarmos cada vez mais confortáveis a defender, eles assumiram mais a despesa do jogo e nós em bloco mais baixo, também porque o Boavista obrigou. O Boavista podia ter marcado no fim, teve lances para isso, mas nos também o podíamos ter feito em contra-ataque. Foi uma vitória justa de uma equipa que quis muito e fez muito para ganhar. Desde o primeiro minuto viu-se uma equipa que queria pressionar. Somos justos vencedores.

[O que falta para transportar os resultados como visitante para os jogos fora?] Jogar em casa é sempre mais confortável para qualquer equipa, temos os nossos adeptos e somos uma equipa mais ofensiva. Damo-nos bem quando temos a iniciativa, queremos jogar para a frente. Fora de casa, também vamos apanhar adversários mais motivados e desinibidos. Não temos conseguido as vitórias que queríamos, também pelas deslocações perigosas, mas temos conseguido pontuar. Temos de procurar consistência, fora de casa também é importante saber sofrer como no fim deste jogo.

[Este é um Rio Ave mais pragmático?] Ainda somos o quinto melhor ataque. Trabalhamos muito a vertente defensiva. Quando a equipa estiver num equilíbrio forte e muito confiante no que consegue fazer, vamos ser mais exuberantes na parte ofensiva e conseguir aliar resultados a uma boa exibição. Mas, hoje, foi uma exibição boa quanto ao caráter da equipa, à atitude, com boas transições ofensivas, na procura de explorar o erro do adversário. Foi o Rio Ave que tinha de ser para voltar às vitórias, porque isto é feito de pontos. A equipa hoje teve alma.

[Ausência de Samaris] O Samaris estava convocado, mas teve uma queixa muscular no último treino e achámos por bem não arriscar, porque tem dois meses de casa e tínhamos confiança em quem ia jogar.

[Fábio Ronaldo] É um miúdo extraordinário, culto, percebe o jogo, muito trabalhador e com qualidade para interpretar vários lugares. Já jogou à esquerda e na posição do Boateng, sabe interpretar aquelas posições, o que é uma mais valia para nós.

[15 pontos] Temos mais cinco jogos até ao fim [da primeira volta]. Acredito que vamos fazer pontos. A parte mais difícil é aquela série em que apanhamos os quatro grandes quase de seguida. Ultrapassando isso, temos tudo para sermos competitivos. Tivemos jogos em que podíamos ter levados os três pontos mas também já tivemos outros que podiam ter caído para o adversário. Estamos satisfeitos com os 15 pontos, mas queremos mais. É uma satisfação q.b.

Deixar só uma nota. Quero dedicar a vitória ao adeptos e em especial ao «Ná» [antigo motorista do Rio Ave] que faleceu estes dias.»

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