Empate no adeus aos relvados de Vítor Gomes
“Querido futebol. Deste-me tanto, mas hoje dou por terminada a minha presença dentro das quatro linhas. Deste-me tanto e eu sempre te dei tudo”. Não é, mas podia ter sido a carta de despedida de Vítor Gomes. O capitão do Rio Ave terminou a carreira com um empate diante do Gil Vicente e saiu do relvado pelo meio de um corredor formado por jogadores e equipa técnica dos dois emblemas. Momento nobre e emocionante.
Além da despedida de Vítor Gomes, este encontro marcou a despedida da época 2024/25, para as duas equipas, e de Petit do comando técnico dos vilacondenses – ainda sem oficialização. Num típico jogo de final de temporada entre duas equipas já com a vida resolvida, Petrasso colocou o Rio Ave na frente do marcador e Bermejo dividiu os pontos.
Jogo arrumado em cinco minutos
A fita da primeira metade pode ser passada à frente até ao minuto 38. Até lá, registo apenas de um remate para cada lado: Clayton fez a bola rasar o poste; João Marques obrigou Miszta a aplicar-se. Foi então que a sete minutos do descanso que surgiu o primeiro golo. Os galos levaram à letra o termo ‘bola parada’ e ficaram completamente estáticos. Indiferente a isso, Ntoi cabeceou para defesa de Brian e Petrasso, na recarga, abriu o marcador.
Para este encontro, Petit fez quatro alterações após o empate na Madeira. Saíram do onze Panzo e Kostoulas, na defesa, Tiknaz, no meio-campo, e Kiko, no ataque, e entraram Ntoi, Petrasso – aposta ganha –, Vítor Gomes e Tiago Morais. Já César Peixoto mudou apenas duas peças em relação ao encontro com o Arouca. Brian defendeu a baliza gilista, no lugar de Andrew, e Bermejo rendeu Santi García no meio-campo.
Depois do golo vilacondense, os galos ganharam nova energia e foram em busca da igualdade, que surgiu a dois minutos do intervalo. Numa jogada de insistência, Buatu com um toque magistral de calcanhar isolou Bermejo que não se fez rogado e marcou. Voltava tudo à estaca zero, contudo, pouco depois, Bruno Vieira mandava toda a gente para os balneários.
Despedidas e estreias
Pouco mudou na segunda parte e, uma vez mais, pegamos no comando e puxamos a fita do jogo até ao minuto 55, altura em que o capitão do Rio Ave se despediu dos relvados e terminou a carreira. Saiu de campo pelo meio de um corredor formado por jogadores e equipa técnica dos dois clubes, que se uniram para um nobre gesto. Quanto ao futebol jogado, o equilíbrio continuava a ser a nota dominante.
Ainda assim, foram os galos a ficar perto de marcar. Félix Correia pegou no esférico à entrada da área e rematou em arco para fantástica defesa de Miszta. O voo do guardião rioavista impediu o golo. Os dois treinadores começaram a refrescar as equipas e a proporcionar a estreia a alguns jogadores, como foi o caso do guardião vilacondense Matheus Teixeira e de Rodrigo Rodrigues, gilista de apenas 17 anos.
Até ao final, houve muita luta, mas as balizas continuaram a salvo dos golos. A divisão de pontos acaba por ser justa.
FIGURA: Buatu (Gil Vicente)
Assumiu a titularidade na fase final do campeonato e deu provas que merecia ter tido mais oportunidades durante toda a temporada. O defesa central dos galos esteve intransponível, sempre no caminho da bola e muito forte no um para um. Foi muito à custa dele que os gilistas arrancaram um ponto no último encontro do campeonato.
MOMENTO DO JOGO: Despedida de Vítor Gomes
Emocionante. A despedida dos relvados de Vítor Gomes foi marcada pela emoção. Ao minuto 55 o jogo parou e os jogadores e equipas técnicas das duas equipas formaram um corredor para homenagear os últimos segundos do capitão do Rio Ave em campo. Aos 37 anos, Vítor Gomes termina uma carreira onde alinhou em 504 jogos, quase metade (239) ao serviço do emblema de Vila do Conde. Fica na história do clube e do campeonato português.
POSITIVO: Estreia de Rodrigo Rodrigues
Se Vítor Gomes despediu-se dos relvados aos 37 anos, com menos 20 anos que o adversário, estreou-se no Gil Vicente Rodrigo Rodrigues. A jovem promessa do Gil Vicente foi lançada a dez minutos do fim e o menino não se escondeu, tentando, mais do que uma vez, ir para cima do adversário.