Elle acaba com a pele. É a primeira grande revista a fazê-lo

3 dez 2021, 12:03
Capa antiga da Elle francesa

Nenhuma página, seja editorial ou publicidade, no papel ou no digital, terá qualquer imagem com pele animal

A Elle acabou com as imagens de pele animal nas suas páginas. A partir de agora, nenhuma das suas 45 edições mundiais poderá publicá-las, com os devidos ajustes temporais, nem mesmo tratando-se de publicidade. É a primeira revista de moda a fazê-lo.

Treze das suas edições já a eliminaram, outras 20 deixarão de fazê-lo até 1 de janeiro e as restantes até ao final de 2022.

E porquê só agora, 76 anos depois do seu lançamento? Porque já não é aceitável, justifica a Elle, dando consequência a uma das exigências dos consumidores. 

"A presença de peles animais nas nossas páginas e no digital não está mais em linha com os nossos valores, nem com os dos nossos leitores. Chegou a hora de a Elle tomar uma posição, rejeitando a crueldade contra os animais", justificou a diretora internacional, Valéria Bessolo Llopiz, numa conferência anual da indústria da moda, quinta-feira, em Inglaterra.

Nascida em França a 21 de novembro de 1945, é propriedade do grupo francês de comunicação Lagardère. Tem 33 milhões de leitores em todo o mundo (e 100 milhões de visitas online), distribuídos por 45 edições, desde Espanha ao Japão. Os seus leitores são na maioria mulheres, jovens, e muito do seu conteúdo endeusa a pele animal como matéria-prima de luxo dos grandes designers, sejam malas, casacos, sapatos.

Mas isso acabou.

"É, realmente, uma grande oportunidade para aumentar a consciência para o bem-estar animal, impulsionar a procura por alternativas sustentáveis ​​e inovadoras e promover uma indústria da moda mais humana", defendeu, ainda, Valéria Bessolo Llopiz”, defendeu, ainda, Valéria Bessolo Llopiz.

Além disso, sublinhou a também vice-presidente da Elle, "a pele passou de moda", lembrando que muitas marcas deixaram há muito de utilizá-la.

A Geração Z, nascida entre 1995 e 2010, é, pois, o grande alvo da Elle, ela que é também a principal consumidora da revista.

“Estamos numa nova era e a Geração Z, que é o alvo de ouro da moda e do luxo, tem grandes expectativas em termos de sustentabilidade e ética”, apontou.

 

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