Era uma aventura de sonho até que uma baleia os deixou nove horas à deriva em alto-mar

MCP
24 mar 2023, 17:10
Rick Rodriguez (@ricki_rod)

Barco onde seguiam os quatro amigos afundou-se em 15 minutos após colidir com o animal, deixando-os sem saber se viveriam para contar a história

Até parece uma cena de um filme passado em alto-mar. Começou como começa sempre: pessoas felizes, jovens, rumo à aventura. Rick Rodriguez, um dos protagonistas e dono do barco Raindancer, viajava com três amigos, no que deveria ser um percurso descontraído entre o Equador para a Polinésia Francesa, quando uma baleia lhe estragou os planos.

Ao contrário do que acontece em muitas ficções, em que o animal apresenta instinto assassino, neste caso, houve apenas uma colisão entre o animal e a embarcação.

“Aconteceu num instante. Foi apenas um impacto muito violento, com alguns ruídos estranhos, e o barco abanou”, contou Rick, no programa “Today”.

Quando olharam para o lado de onde veio o impacto, a baleia lá estava, a sangrar. Perceberam, então, que o impacto foi tão forte que a hélice se estragou. A partir daí, a embarcação começou a afundar.

À medida que a água ia entrando, o grupo, já em modo de sobrevivência, planeou a forma mais organizada de sair daquela situação. Enquanto ativavam o bote salva-vidas, enviavam mensagens a amigos e faziam chamadas para avisar sobre o que se estava a passar e para pedir socorro. 

O Raindancer afundou em 15 minutos, mas o resgate levou muito mais tempo do que isso. Os quatro amigos permaneceram no meio do mar durante nove horas, sem saberem se viveriam para contar a história.

 


As autoridades peruanas captaram o sinal de socorro do grupo e a Guarda Costeira dos Estados Unidos foi alertada, deslocando embarcações americanas no Pacífico.

Por fim, outro veleiro, o Rolling Stones, veio em auxílio dos náufragos, depois de ver uma publicação num grupo de observação de barcos, no Facebook, de um dos elementos que estava no Raindancer.

Geoff Stone,o capitão do Rolling Stones, disse que estavam a cerca de 111 ou 120 quilómetros de distância, quando os seus tripulantes perceberam que o seu navio era o barco mais próximo. Depois de vasculhar as águas, finalmente, conseguiram localizar o grupo de amigos

Um membro do grupo que ia no Raindancer, Bianca Brateanu, disse que o incidente, apesar de angustiante, deixou-a mais confiante em relação à sua capacidade de sobrevivência.

“Esta experiência fez-me perceber como somos hábeis a gerir e lidar com situações como esta”, apontou.

"Vou lembrar-me daquele barco para o resto da minha vida", disse Rick Rodriguez, que, ainda que se sinta sortudo por sobreviver, lamenta a perda do seu barco. Para além disso, mostrou-se grato por o Raindancer lhe ter permitido viver "uma última história incrível".

Apesar do susto, e embora ainda não saiba qual será o seu próximo passo, Rodriguez garante que a sua "atração pelo mar não foi abalada". 

 

 

 

Relacionados

Mundo

Mais Mundo

Patrocinados