«Hoje o Renato Paiva é um génio, há três dias era um burro»

21 jun, 15:21
Renato Paiva (AP Photo/Bruna Prado)

Treinador português enumerou os melhores momentos da carreira, entre eles a vitória frente ao campeão europeu

Renato Paiva deu os primeiros passos como treinador nas camadas jovens do Benfica, de onde saiu em 2021 para o clube equatoriano Independiente del Valle. Na passada sexta-feira, o treinador do Botafogo reencontrou alguns dos jogadores que viu nascer para o futebol, entre eles João Neves e Gonçalo Ramos, (Benfica) e William Pacho (Independiente del Valle), todos a atuar no PSG.

«Estive com os jogadores [portugueses do PSG] no fim, trouxe as camisolas e o carinho deles. Não vou dizer agradecimento [pelo impacto nas carreiras]. Eles gostam muito de falar em agradecimento, mas digo sempre que eles não têm que agradecer porque são os principais responsáveis. 'Se vocês não quisessem isto e não fossem quem são, não teriam chegado onde chegaram'», disse o treinador português em entrevista ao Globoesporte.

«O Gonçalo disse-me: 'mister, eu detesto perder, mas se tiver de perder, que seja consigo. Estou muito feliz por si, merece muito o que lhe está a acontecer'. O Pacho deu-me um abraço muito apertado e até emocionado, disse que tinha sonhado muito em ser jogador profissional, chegar a altos patamares, mas não acreditava que fosse tão rápido. 'Você é que me abriu a porta para me estrear como profissional'», confidenciou o técnico do Botafogo.

«São estes momentos que fazem muito valer a pena o que é a profissão de treinador de futebol, em especial um que trabalhou na formação e viu estes meninos todos crescerem», completou.

Foi precisamente a vitória sobre o PSG que colocou o Botafogo, e consequentemente o nome de Renato Paiva nas bocas do mundo. O treinador 55 anos relativizou o feito, referindo que no mundo do futebol os protagonistas vão de bestiais a bestas, e vice-versa, num ápice.

«Hoje, infelizmente, podes fazer 50 coisas ótimas. Se fazes uma que não é tão boa, é essa que vai vender ganhar dimensão. (...) Hoje o Renato Paiva é um génio, há três dias era um burro. Hoje o jogador X é fantástico, há três dias era 'perneta'», referiu o técnico que lembrou ainda que falta «jogar o último jogo para ganhá-lo e passar à próxima fase».

Quem ainda está a lutar pela permanência no Mundial de Clubes é o Benfica, clube pelo qual Renato Paiva tem um carinho especial. Para o técnico português é «absolutamente normal» torcer pelo Benfica nas competições europeias. «Queria que os clubes portugueses ganhassem, porque era bom para Portugal. Vejo o desporto dessa forma», garante. 

O técnico diz que o «verdadeiro adepto que ama o futebol e o seu país» não deve ter problemas em apoiar determinado clube, mesmo que «seja rival».

O técnico português fez ainda uma lista dos momentos mais especiais da carreira, onde destacou três episódios: a chegada ao Benfica - «onde comecei este trajeto [como treinador]»; o campeonato pelo Independiente Del Valle - «não era uma equipa favorita e foi a minha primeira experiência profissional no estrangeiro» e por último a vitória frente ao PSG, conseguida na sexta-feira, «pela magnitude do feito, pela repercussão mundial».

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