Reino Unido: Partido Trabalhista britânico reconhece situação “difícil” e promete estabilidade

Agência Lusa , MJC
19 out 2022, 23:30
Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista britânico (AP)

O líder do principal partido da oposição, que tem uma vantagem superior a 30 pontos percentuais em várias sondagens relativamente aos ’tories’, prometeu estabilizar a economia e finanças públicas

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, reconhece que a situação financeira do Reino Unido é  “realmente difícil” e prometeu privilegiar a estabilidade económica se ganhar as próximas eleições legislativas. 

Em excertos divulgados de um discurso que vai fazer na quinta-feira, no encerramento do congresso da confederação intersindical Trades Union Congress (TUC), em Brighton, Starmer acusa o governo conservador de Liz Truss de ter destruído a credibilidade económica do Reino Unido. 

“Tenho de franco. Os danos que os conservadores têm causado às nossas finanças e serviços públicos significam que as coisas vão ser realmente difíceis”, refere.

O líder do principal partido da oposição, que tem uma vantagem superior a 30 pontos percentuais em várias sondagens relativamente aos ’tories’, prometeu estabilizar a economia e finanças públicas.

"Agora e durante o meu governo trabalhista, não tomaremos quaisquer riscos com as finanças públicas. Vamos restaurar a estabilidade económica como o partido do dinheiro bem gerido”, vai dizer.

Segundo Starmer, "para acabar com esta crise de custo de vida de uma vez por todas”, o ‘Labour’ tem "um plano de longo prazo, um plano que vai proporcionar contas mais baratas e níveis de vida mais altos para os trabalhadores, crescimento e empregos em todas as partes do nosso país e independência de tiranos como Putin".

Na sondagem mais recente sobre as intenções de voto, realizada pela empresa Redfield & Wilton Strategies, o Partido Trabalhista tem 56% das preferências, contra 20% do Partido Conservador. 

Apesar de estar em funções há seis semanas, Liz Truss caiu nas sondagens devido à turbulência causada pelo “mini orçamento” de 23 de setembro, quando prometeu uma série de cortes fiscais sem explicar como iria financiá-los e controlar a dívida pública. 

Como consequência, a libra desvalorizou e os juros sobre as obrigações do Estado aumentaram, o que obrigou o Banco de Inglaterra a intervir para evitar que a crise alastrasse para o resto da economia. 

Para acalmar os mercados financeiros, Truss despediu Kwasi Kwarteng e recrutou Jeremy Hunt para ministro das Finanças. 

Três dias depois, o novo ministro anunciou o cancelamento de quase todos os cortes fiscais previstos e antecipou “decisões dolorosamente difíceis” para restaurar a confiança dos mercados e estabilidade económica, deixando em aberto cortes na despesa pública.

As próximas eleições legislativas não estão agendadas, tendo de se realizar até janeiro de 2025. 

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