Parlamento britânico vai decidir se Boris Johnson deve ser investigado pelo caso "Partygate"

Agência Lusa , BCE
19 abr 2022, 16:13
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson

A oposição acusa Johnson de ter mentido deliberadamente no Parlamento, ao afirmar repetidamente que não tinha violado as restrições impostas para travar a propagação do coronavírus de proibir ajuntamentos numerosos em espaços abertos ou fechados

O parlamento britânico decide na quinta-feira se o primeiro-ministro, Boris Johnson, deve ser investigado por ter alegadamente mentido aos deputados sobre as "festas" que violaram as restrições da pandemia covid-19.

O presidente da Câmara dos Comuns, Lindsay Hoyle, revelou ter autorizado o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, a propor um debate e votação para que a questão seja alvo de um inquérito parlamentar.

No entanto, Boris Johnson não deverá estar presente porque tem previsto iniciar uma viagem oficial à Índia no mesmo dia.

Uma decisão favorável implica o apoio de membros do Partido Conservador, que tem uma maioria absoluta.  

Hoyle disse que não lhe cabe dizer se o código de conduta foi transgredido ou se o primeiro-ministro desrespeitou o Parlamento, mas entende que deve dar “oportunidade aos deputados para avaliarem” a proposta de Starmer.

A comissão parlamentar dos Privilégios vai investigar e produzir um relatório sobre a questão, que depois terá de ser votado pelos deputados.  

A oposição acusa Johnson de ter mentido deliberadamente no Parlamento, ao afirmar repetidamente que não tinha violado as restrições impostas para travar a propagação do coronavírus de proibir ajuntamentos numerosos em espaços abertos ou fechados. 

Na semana passada, o primeiro-ministro, a mulher, Carrie Johnson, e o ministro das Finanças, Rishi Sunak, foram multados por terem participado numa festa de aniversário de Boris Johnson a 19 de junho de 2020, quando o país ainda estava sob confinamento. 

Outros ajuntamentos em 2020 e 2021, a maioria em Downing Street, a residência e escritório oficiais do chefe do Governo, continuam sob investigação policial, escândalo que a imprensa denominou de “Partygate”.

As normas ditam que um político deve demitir-se se mentiu deliberadamente na Câmara dos Comuns, mas nada obriga Johnson, que vai hoje fazer uma declaração sobre o assunto, a fazê-lo.

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