Todos os sete indivíduos que seguiriam no voo viram o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos dar razão aos apelos. Imprensa britânica avança que governo britânico não poderá, para já, contestar legalmente as decisões
O primeiro voo de deportação que transportaria requerentes de asilo do Reino Unido para o Ruanda foi suspenso, avançam vários órgãos de comunicação social britânicos.
De acordo com fontes do Ministério da Administração Interna do Reino Unido, citadas pelo The Guardian, a suspensão resulta de “intervenções de última hora por parte do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH).”
Esta terça-feira de manhã, era esperado que sete indivíduos embarcassem no voo, que partiria da Base Aérea de Boscombe Down, na vila de Amesbury, rumo à capital ruandesa, Kigali.
Contudo, os sete indivíduos recorreram da decisão das autoridades britânicas para o TEDH, que deu razão aos apelos.
A decisão do tribunal europeu esbarra contra as intenções do governo britânico. Já esta terça-feira, o primeiro-ministro Boris Johnson tinha afirmado que o Governo não seria "intimidado ou afetado" e que iria prosseguir com o plano de enviar migrantes ilegais para o Ruanda.
Durante o conselho de ministros semanal, Johnson garantiu que as numerosas críticas, "algumas de quadrantes ligeiramente inesperados", não o iriam dissuadir de implementar a política controversa, que também foi contestada nos tribunais.
A iniciativa do governo conservador foi criticada pela oposição parlamentar, organizações humanitárias, líderes religiosos e, segundo o jornal The Times, também, em privado, pelo Príncipe Carlos.
"Vamos manter o nosso objetivo, que é o de garantir que fazemos uma distinção clara - que penso que todos podem apreciar ser justa e razoável - entre imigração legal para este país por vias seguras e legais, que apoiamos, defendemos e protegemos porque todos compreendemos os benefícios que traz, e migração ilegal perigosa através do Canal da Mancha, que pretendemos travar", justificou.
A PA Media, agência noticiosa do Reino Unido, avança que, apesar da oposição, o Ministério da Administração do Reino Unido não tem, para já, possibilidades de recorrer.