Boris Johnson promete “ouvir os eleitores”, mas vai continuar no cargo após derrota nas legislativas parciais

24 jun 2022, 08:56

Partido Conservador perdeu dois lugares no parlamento. Resultado levou à demissão do presidente do partido

Em reação ao desastroso resultado dos Conservadores nas legislativas parciais britânicas desta quinta-feira, o primeiro-ministro Boris Johnson prometeu “ouvir os eleitores”, mas garantiu que irá permanecer no cargo.

“Penso que, enquanto governo, devemos ouvir o que os eleitores dizem, em particular em relação às dificuldades que as pessoas estão a passar devido ao aumento do custo de vida, que penso ser a maior preocupação para a maioria”, disse o líder britânico em Kigali, no Ruanda, onde se encontra para uma cimeira da Commonwealth, citado pelo The Guardian.

Johnson admite que é “absolutamente verdade” que o Partido Conservador teve resultados “difíceis” nestas legislativas parciais. “É o reflexo de muitas coisas, mas temos de reconhecer que os eleitores estão a passar por um momento duro.”

Sem reconhecer que os resultados se devem à sua liderança ou aos múltiplos escândalos que a envolveram, o chefe de governo do Reino Unido prometeu continuar no cargo.

“Temos de reconhecer que há mais que temos de fazer e iremos certamente fazê-lo, vamos continuar, respondendo às preocupações das pessoas até passarmos este momento”, disse.

O Partido Conservador perdeu dois lugares no parlamento britânico. No círculo de Tiverton e Honiton, anteriormente reprensentado por Neil Parish, que se demitiu por ter visto pornografia no parlamento, a vitória foi para os Liberais Democratas, que elegeram Richard Foord.

"O povo de Tiverton e Honiton falou pelo Reino Unido. Enviaram uma mensagem clara e forte de que está na hora de Boris Johnson partir", atirou Foord no seu discurso de vitória, citado pelo The Guardian.

Já no círculo de Wakefield, cujo anterior representante, o conservador Imran Ahmad Khan, foi condenado a 18 meses de prisão pela violação de um menor de 15 anos, a vitória foi para o Partido Trabalhista, liderado por Keir Starmer, que elegeu Simon Lightwood.

Os maus resultados dos Conservadores levaram à demissão do presidente do partido, Oliver Dowden.

"Não podemos continuar com a vida como de costume. Alguém tem de assumir a responsabilidade e eu concluí que, nestas circunstâncias, não seria correto para mim permanecer no cargo”, referiu Dowden, segundo o supramencionado jornal britânico.

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