Comunidade LGBTQI+ não está segura nas redes sociais. Facebook, Twitter, Instagram, TikTok e YouTube falham na proteção, denuncia relatório

CNN Portugal , FMC
14 jul 2022, 11:18
Elliot Page (AP)

ONG norte-americana avaliou as plataformas digitais no que diz respeito às políticas de proteção das pessoas e verificou que há muito ainda a fazer para que sejam um lugar seguro

A comunidade LGBTQI+ é das mais vulneráveis ao ódio, assédio e ameaças nas redes sociais, denuncia um relatório da Organização Não Governamental (ONG) norte-americana GLAAD, divulgado na quarta-feira.

Pela segunda vez, a ONG divulgou o relatório "Social Media Safety Index (SMSI)" sobre segurança nas redes sociais: plataformas como Facebook, Instagram, TikTok, Twitter e YouTube foram avaliadas e todas registaram notas baixas, concluindo a GLAAD que em vez de protegerem os utilizadores as empresas protegem a informação de como respondem a esses ataques, revelando pouco sobre como reagem ao discurso de ódio.

"A realidade é que há muito pouca transparência e muito pouca responsabilidade. E as pessoas sentem-se impotentes", disse Jenni Olson, diretora de segurança nos media da GLAAD e autora do relatório, citada pela agência noticiosa Associated Press (AP).

Um dos exemplos foi o recente assédio a Elliot Page no Twitter, depois de um utilizador ter apelado aos seus seguidores para que assediassem o ator transgénero com o pronome e o nome errados.

“Nesta altura, depois de anos de desculpas vazias e promessas ocas, temos de fazer alguma coisa para confrontar o conhecimento das plataformas de redes sociais e as empresas que estão a priorizar os lucros sobre as vidas e a segurança LGBTQI+”, acrescentou Sarah Kate Ellis, presidente da GLAAD.  

Além de denunciar, a ONG deixa recomendações às redes sociais sobre como tornarem o meio digital num ambiente mais seguro para todos, como formação para os moderadores de conteúdo, a divulgação do número de contas e publicações eliminadas, e a melhoria do algoritmo para detetar de forma mais eficaz conteúdo nocivo.  

As empresas, entretanto, já responderam aos dados divulgados, defendendo que procuram e vão continuar a procurar formas de implementar medidas mais eficazes para impedir a proliferação do ódio, do assédio e das ameaças. 

O porta-voz do YouTube, Jack Malon, defende que a plataforma já proíbe o discurso violento e de ódio contra a comunidade LGBTQI+. Mas nem sempre isso acontece. Um pianista de Los Angeles, que afirmou sofrer de assédio na plataforma, disse à AP que já por várias vezes denunciou ao YouTube vídeos que continham comentários homofóbicos, mas que nada foi feito e que empresa só respondeu a algumas mensagens.  

Ainda assim, Malon acrescenta que, "nos últimos anos, foram feitos progressos significativos na capacidade de remover rapidamente conteúdos de ódio e assédio". "Este trabalho está em curso e agradecemos o feedback atencioso da GLAAD", conclui.

Um porta-voz do Twitter disse também numa declaração que a empresa estava a discutir as conclusões do relatório com a GLAAD. Uma declaração da TikTok não abordou diretamente o relatório, mas disse que a empresa está a trabalhar para criar um "ambiente inclusivo".

A Meta, dona do Facebook e do Instragram, disse apenas que remove todas as publicações mediante solicitação.

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